quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Palavra: ideia morta.

11/10/2014

Caralho... puta que pariu...de novo essa merda!
Como se faz para escrever sobre algo que ainda não é palavra?
Algo que não tem um significado, e justamente por isso temos vontade de falar sobre.
Como escrever sobre o direito a vida se a palavra é uma coisa morta?
Como resgatar o respeito ao outro, se quando se fala “respeito” ele já deixou de existir há tanto tempo que surgiu uma palavra simbolizando a morte de algo que era fluido, mutável e absolutamente relativo?
Tudo que está existindo através de um significado não é vivo. Se fosse, teria que continuar sendo a mesma coisa para poder carregar um nome que o representasse!
Escolher falar é abrir mão de ser algo vivo?
Será que a medida que vamos dando mais significado as coisas vamos “matando” o mundo?
Então tentar se conhecer é deixar de ser livre através da falta de sentido?
É escolher viver dentro de uma “casca simbólica”?
Não quero essa merda pra mim não!!!
Como caralhos pode se falar sobre "liberdade" sem celebrar da maneira mais hipócrita possível a impossibilidade dela através do consenso?!?
Como respeitar os outros através do que eles dizem ser?
Só se pode respeitar alguma coisa quando não se entende, e deixa-se a coisa em paz sem querer dar sentido a ela!
Deixar ser a porra que for, e não até onde se possa compreender.
Foda-se...



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quarta-feira, 19 de novembro de 2014
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A Palavra por Wislawa Szymborska

"Quando pronuncio a palavra Futuro,
a primeira sílaba já pertence ao passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.
Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe no que ainda não existe."

Sobre o autor: Wislawa Szymborska é uma escritora polonesa que nasceu em 1923. Wislawa reside na cidade de Cracóvia desde 1931, onde estudou literatura polonesa e sociologia. Sua atividade literária inicia-se durante a Segunda Guerra Mundial, nos anos de resistência à ocupação nazista.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2014
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O mulambo da língua paralítica - A Idéia - Augusto dos Anjos

A Idéia
Augusto dos Anjos


De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
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03/12/2014
Ahhhh muleque!!!
Achei uma saída para aquele meu problema com o significafo simbólico da linguagem: ela não é absoluta no tempo (o que é meio óbvio...) mas a função do significado das palavras talvez seja a de ser um silver-tape ontológico entre as linhas de pensamento entre as pessoas. O consenso, a unidade de grupo se da através da linguagem.
O lance é que agnt n pode assumir ela como "pronta". O significado das palavras (e o laço social a partir dele) são temporários. A língua atual é um trampolim para uma estrutura de pensamento que está alem dela!!! A palavra enuncia o que foi e o que viria a ser.
O significado contemporaneo da palavra pode ser uma das delimitaçoes da tal da consciencia! (Mas ai eu ja não sei... (quer dizer, saber n sei nada né ... só que quando começo a falar de "consciência" eu ja não "sinto"... =P)


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Dimensões do Diálogo - Svankmajer


Um comentário:

  1. “As palavras são ‘nós’ de coordenações de coordenações de conduta, as redes de conversações de que participam, e têm sentido ou significado nas condutas e emoções que coordenam como elementos da linguagem, de modo que diferentes palavras coordenam diferentes condutas e emoções” (MATURANA, H., [1992] 2014, p.138).

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