domingo, 21 de agosto de 2022

A ESQUERDA AINDA TEM MUITO CHÃO PELA FRENTE






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[ A ESQUERDA AINDA TEM MUITO CHÃO PELA FRENTE ]


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O maior aliado da direita brasileira é a esquerda fragmentada.

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10223860833931813
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"consistência, estratégia e propósito"

Meu coração bate forte aqui quando ouço isso...

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217762889167005


Como deixar de apenas reagir, submetendo-se ao ritmo imposto pela extrema direita no poder, e passar a se mover com consistência, estratégia e propósito?

Os grupos que se opõem a Bolsonaro se limitam a reagir. A cada declaração, a cada ministro, a cada indício de corrupção amontoam-se mais gritos. É necessário reagir. Mas só reagir é exaustivo. Como o espaço público está saturado de gritos, a reação se esgota em si mesma. Numa época em que se vive de espasmo em espasmo, cada vez mais rápidos, o que parece movimento com frequência é paralisia. A paralisia do tempo da velocidade cria a ilusão de movimento exatamente porque é feita de espasmos.

Como parar de apenas reagir e se mover com consistência, estratégia e propósito?

Às vezes esquerda e comunismo e marxismo viram uma coisa só no discurso repetitivo e feito para a repetição. E essa coisa que viram pode ser qualquer coisa que alguém diz que é ruim. A reação daqueles que se identificam com a esquerda é acusar os que estimulam esse desentendimento, aqui no sentido de não entender mesmo do que tratam os conceitos, de manipuladores e de desonestos. E com frequência é isso mesmo que são. Mas se fosse só isso seria mais fácil.

O problema é que está muito difícil saber o que a esquerda é.
E o que a esquerda propõe que seja claramente diferente da direita.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/19/opinion/1545240940_077902.htmlo

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A rosa do povo despetala-se, ou ainda conserva o pudor da alva? E um anúncio, um chamado, uma esperança embora frágil, pranto infantil no berço? Talvez apenas um ai de seresta, quem sabe. Mas há um ouvido mais fino que escuta, um peito de artista que incha, e uma rosa se abre, um segredo comunica-se, o poeta anunciou, o poeta, nas trevas, anunciou.
https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10223735971570332

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Enquanto continuarmos confundindo POLÍTICA, IDEOLOGIA E ECONOMIA, achando que todas se voltam ao mesmo horizonte, vai continuar a andar mal a coisa.
(O que mais me espanta é que a essa altura do campeonato as pessoas achem que política se faz com boas ideias e um coração puro...)
"Pois eu tenho as mãos sujas.
Até aos cotovelos.
Mergulhei-as na merda e no sangue.
E depois?
Imaginas que se pode governar inocentemente?"
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10217371619785515&set=a.1842353781643&type=3

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Resenha
“Autoestima e Desenvolvimento Social” - Carlos Lessa
Garamond (2000)
José Caetano Dable Corrêa – Mestrando HCTE/UFRJ
O livro apresenta a Aula Magna do Prof. Carlos Lessa oferecida para o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável da UnB em 2000.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=10208030729189088&set=a.10208030502783428

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Tô aqui lendo os comentários desse vídeo e analisando a lógica das pessoas... cada vez mais fica claro para mim como o medo impede qualquer lógica que não seja a negação do outro.

Isso que mais me assusta... o poder de remodelamento da nossa interpretação da realidade quando estamos condicionados a reagir a uma cultura do medo.

Ando olhando dentro desses buracos de esgoto que são os comentários dos bolsomonions para tentar entender de onde e como nasce o facismo...

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217077172424515

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Primeiro elegemos nosso próprio medo à presidência, depois nos convencemos a fazer "sacrifícios necessários" à ordem social, depois...

https://www.facebook.com/caetanodable/videos/10216795607545569/

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"O Ovo da Serpente" - Bergman
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https://instagram.com/p/Bmb33-ahyN9/
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https://instagram.com/p/Bmb4xJYBru4/
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https://www.facebook.com/umfilmemedisse/videos/644837562539441/
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Os experimentos de Milgram; o julgamento do Eichmann; 'A Banalidade do Mal' da Hannah e umas pitadas de Kierkegaard...

Pensar além do óbvio...
Vale a pena!

Fica o convite:

Check out “Experimenter” on Netflix
https://www.netflix.com/title/80047396

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https://instagram.com/p/BknZNOdhbLG/
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Sobre o discurso do ódio:
"Don't be a sucker" filme de 1947.

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217077616675621

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Queria poder falar algo diferente do que eu falava anos atrás.

Mas... "que tempos são esses em que precisamos argumentar o óbvio?"

Taí do que eu fujo que nem diabo da cruz... !

"O brasileiro médio julga relevante o papel do Estado na redução das desigualdades sociais. Esse reconhecimento é aprovado especialmente pelos grupos de menor renda e nas regiões menos desenvolvidas.

Não obstante, os valores do individualismo e da meritocracia são amplamente compartilhados. A maioria acredita que o salário é função da qualidade do trabalho e do grau de responsabilidade na sua execução. Predomina a visão de que pobreza é falta de esforço individual e isso significa responsabilizar os próprios pobres por sua condição social.

O brasileiro médio não se mostra propenso a apoiar políticas universais. Quem pode paga e quem não pode que fique com um serviço público de segunda linha, defende a preocupante visão majoritária. A maioria desaprova elevar impostos para oferecer mais saúde e educação gratuitas e de qualidade. O cidadão apoia a progressividade dos impostos, mas esse esforço coletivo deve assegurar apenas uma intervenção residual por parte do Estado.

Os segmentos com maior escolaridade são propensos a apoiar políticas universais. A maior parte defende uma política redistributiva em favor do bem-estar na velhice e reconhece no regime público da previdência social um instrumento de proteção real. Mais de dois terços dos entrevistados defendem a manutenção do Bolsa Família, mas a grande maioria julga pequena a contribuição do programa para reduzir a pobreza e quase metade dos entrevistados desaprova um aumento do benefício monetário do programa. Prevalece a crença de que as mulheres pobres querem ter mais filhos para aumentar o valor dos benefícios recebidos por criança.

Muito preconceito e desinformação refreiam a emergência de uma sociedade mais homogênea e solidária no Brasil, conclui-se da leitura do livro. O quadro, felizmente, não é imutável, apontam os pesquisadores, mas enfrentá-lo requer travar também a batalha da revolução educacional e cultural."

É... eu gosto muito desse papo.

Gosto tanto que já sei quase de cor. ¬¬

(o que não quer dizer que eu realmente entenda o que tá sendo disso além do óbvio)

O que ando tentando fazer ag é um contra-ponto com a argumentação da galera de direita.
Ideologias "populares" estão na moda de uma maneira que já tá virando folclore.
Nego fala disso da boca pra fora, sem nenhum engajamento político...

Aí eu acho que a parada fica escrota.

Tá na moda agora que nós, os jovenzinhos que vivem na casa do papai e da mamãe, do nada, começarmos a replicar um discurso ideológico vigente (que eu acho lindo diga-se de passagem).

Não acho que seja tão simples assim...

Aliás, acho perigoso se iludir que agnt tem alguma chance de estar realmente participando de algo sem ter antes alguma consciência dos rumos históricos dos movimentos sociais e das políticas de estado...

Meu medo é que daqui a pouco a moda passa e nego q tá todo "socialzinho" #gratidão vai junto com a maré dessa cultura de massa alienante de volta pro individualismo de onde veio.
É fácil demonizar posicionamentos anti-populares quando é justamente desse berço que agnt saiu... isso não é consciência política é rebeldia adolescente! ¬¬

Acho que o lance é tentar ENTENDER de onde agnt veio, pra onde nossas aspirações profissionais vão nos levar, qual a nossa flexibilidade em conviver com pessoas de contextos sociais diferentes e até onde agnt tá disposto a desviar da nossa ascensão social "natural" para dar lugar à mais gente nessa história.

Um papo que eu não consigo me posicionar logo de cara por exemplo são esses do Demétrio Magnoli...

Gostava do livro de Geografia Urbana dele no E.M., fora isso n sei de onde esse cara tá falando... (como carimbar ele? Neo-liberal da centro-direita-esquerda-uspiana...? )
Enfim... acho que vale a pena fazer um contraponto do que agnt pensa e fala por inércia com esse papo aí... (pq tá foda levar a sério o que sai no Globo e na Folha... só o Estadão se salva volta e meia... mas n lembro nd de lá sobre isso ag)

https://www.youtube.com/watch?v=mO-nVVnOSI0

Trecho mais curtinho:
https://www.youtube.com/watch?v=xWeQOxcY7i8

E já que ele ficou contra a declaração da Chauí... o contra-ponto do contra-ponto (por ela mesma)

https://www.youtube.com/watch?v=I6BrqfJaaqM

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217077522193259?__tn__=K-R

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“Bolsonaro é um fenômeno eleitoral, sim, mas ele não contrariou todas as lógicas de campanha. A campanha de 2018 é que contrariou todas as lógicas da história política eleitoral brasileira”, disse o ex-marqueteiro do PT João Santana nesta 2ª feira (26.out.2020), em entrevista ao programa Roda Viva

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10223712949354791


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“Eu comprei uma praia e não quero que as pessoas entrem. Qual é a melhor placa para eu fincar na areia?”, perguntou o marqueteiro André Torretta, enquanto mostrava duas fotos em uma apresentação de Power Point em seu MacBook. “Essa, dizendo que a praia é privada, ou essa, dizendo que a praia tem tubarão? A que tem tubarão funciona mais”, disse, sorrindo, em seu escritório, um coworking colorido e ostensivamente descolado em um bairro nobre de São Paulo. E se não houver tubarão na praia será uma mentira, certo? "Se não tiver tubarão, então é uma fake news”, concedeu. “Eu não vou fazer isso, mas isso existe, é possível e dá para ser feito, no limite da ética”.

A metáfora do tubarão "no limite da ética" faz parte do material que o baiano de 52 anos leva para apresentar sua nova empresa, a Cambridge Analytica Ponte, no concorrido mercado de marketing político brasileiro.

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217411561984045?hc_location=ufi
https://www.youtube.com/watch?v=bTEJuLY1pW0
https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217411280897018?hc_location=ufi

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CULTURA, POLÍTICA e PESSOAS

O óbvio ululante:
https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217411640105998

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Queridos camaradas de esquerda...

Vamos ler Lispector...?

"Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe."

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10217384166219168

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Nossa ideologia vai conosco a toda parte. Somos guiados por conjuntos de ideias e adotamos diferentes formas de interpretar os fatos do mundo.

>>> O importante, no final, é saber se a nossa base ideológica é includente ou excludente.

>>>Ou seja: se queremos que mais seres humanos aproveitem da mesma dignidade que desejamos para nós mesmos ou não.

https://www.facebook.com/leonardo.sakamoto/posts/2347210491974161

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Quem quiser procurar os porquês de uma multiplicação do desejo de fascismo no Brasil não deveria buscar longe. Deveria começar questionando o progresso do progressismo, o quanto de força destrutiva havia no projeto e nas práticas de governo daqueles que seriam os "antifascistas". O quanto de desejo de fascismo existe num funcionamento dissociativo onde o partido tudo pode, em nome da estratégia, pragmatismo ou hegemonia, enquanto os outros são manipulados, ressentidos ou cegados pelo ódio, e nada podem. O tudo pode que move o trator contra as favelas e aldeias, o choque contra os manifestantes, a motosserra contra as florestas, os portões das prisões, abrigos e canteiros. O progresso de Altamira, Pinheirinho, Belo Monte, dos campos de moradia popular, assim como da máquina bestial de fake news de João Santana, da blogosfera progressista e sua linha auxiliar de repetidores de narrativas pelas redes.

O fascismo não vem de fora como uma besta escura finalmente acordada de seu sono ancestral, mas da própria gestão cotidiana. Não chega como uma exceção inédita, mas como a modulação da normalidade. O efeito Bolsonaro é logo ali e estava bem representado dos dois lados dessa polarização que a eleição desenhou. Precisamos urgentemente de uma terceira margem.

https://www.facebook.com/bruno.cava.7/posts/10217915676542698

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Extraviámo-nos a tal ponto que devemos estar no bom caminho.
(...)

Só a burguesia, que é a ausência da classe social, pode criar o futuro. Só de uma classe que não há pode nascer uma classe que não há ainda.
Seja como for, avancemos confiadamente. Todos os caminhos vão dar à ponte quando o rio não tem nenhuma.

https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10222456333300175

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www.facebook.com/caetanodable/posts/10222456333300175


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http://brainstormtche.blogspot.com/2018/04/O-DRAMA-BURGUES.html

http://brainstormtche.blogspot.com.br/2014/11/o-que-eu-nao-quero-ser.html

http://brainstormtche.blogspot.com.br/2014/11/vilem-flusser-fenomenologia-do.html

http://brainstormtche.blogspot.com.br/2016/09/o-drama-burgues-ou-o-paradoxo-da-classe.html


http://brainstormtche.blogspot.com.br/2017/04/classe-media.html

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O Corpo que Fala



https://www.facebook.com/photo/?fbid=10215535061992718&set=gm.1612069772211983


 Esta é uma exposição sobre imagens do corpo. Nela podem ver-se representações científicas e artísticas do corpo desde o século XIX até à actualidade. Por exemplo, corpos nus desenhados na simplicidade e naturalidade da sua superfície por Columbano ou Soares dos Reis, corpos complexos e fragmentados que Amadeo de Souza-Cardoso, Sérgio Pombo ou Helena Almeida nos dão a ver. Do lado da ciência, esqueletos do homem e da mulher tal como eram representados nos tratados anatómicos do século XIX, ou proteínas que hoje a ciência assegura constituírem esse outro “esqueleto” das células humanas que é o citosqueleto. 


Esta exposição organiza-se em três momentos fundamentais que acompanham as transformações técnicas e tecnológicas mais decisivas e o seu impacto na produção de imagens do corpo, pela ciência e pelas artes plásticas. O primeiro momento é marcado pelo desenho; o segundo, pela fotografia e raio X; o terceiro, pela digitalização. No primeiro, o anatomista, mas também o artista, têm unicamente ao seu dispor esse virtuoso instrumento de observação, descrição e representação que é o carvão ou o lápis. No segundo, a câmara fotográfica e o aparelho de raio X captam imagens de natureza analógica que vão ter um efeito incalculável sobre o conhecimento médico e sobre a representação pictórica do corpo. No terceiro momento, a imagem do corpo não é captada mas produzida, originada computacionalmente a partir de dados numéricos que as diversas tecnologias recolhem. Cientistas e artistas saberão retirar destas transformações as devidas consequências. 


https://www.youtube.com/watch?v=1FDmQa-tPcA


https://www.youtube.com/watch?v=_T_vDfY6QM4


https://www.youtube.com/watch?v=XkVtErc-Xag


http://lisboncisa.fc.ul.pt/videos/v33.htm


http://lisboncisa.fc.ul.pt/videos/v33b.htm


http://lisboncisa.fc.ul.pt/videos/v33c.htm








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(O Corpo que Fala) - "7 de Outubro" - Coutinho

[O Olhar] -vs- ]O Desejo[


To atrás desse livro... Tem uns papos que prometem ali dentro! A construção do Olhar - Fayga Ostrower Metamorfoses do Olhar - Gerd Bornheim De Olhos Vendados - Adauto Novaes A fenomenologia do Olhar - Alfredo Bosi O que é Fenomenologia - Lyotard E de Bônus, tem o depoimento da Fayga Ostrower sobre o olhar. Parece que é um trecho que não entrou no filme "Janelas da Alma": Fayga Ostrower - A Intuição, a criação e a beleza https://www.youtube.com/watch?v=3X-1_mB7UTY - - - Não vês que o olho abraça a beleza do mundo inteiro? (...) É janela do corpo humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a prisão do corpo que, sem esse poder, seria um tormento (...). Ó admirável necessidade! Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria capaz de absorver as imagens do universo? - Leonardo da Vinci O PODER DO OLHAR Por Maira Leandra Alves http://sites.ifi.unicamp.br/.../2012/12/O-Poder-do-Olhar.pdf Por muitos séculos o homem utilizou a câmara escura como instrumento para imortalizar imagens do mundo visível que se formavam no interior da câmara e eram capturadas através de desenho pelo artista. Com o desenvolvimento de um processo fotossensível, a imagem podia ser gravada diretamente dentro do aparelho, por intermédio da luz, com uma precisão ímpar, dando origem à fotografia. Desde então, o homem passou a mostrar o mundo através da fotografia. Ao olharmos algumas fotografias buscamos formas conhecidas nas imagens. E esse olhar sempre se fixa em lugares onde somos mais afins, onde nossa compreensão é mais rápida e mais acessível, sendo que cada indivíduo conhece e reconhece o que lhe é mais aprazível, sejam detalhes sutis ou estruturas arrojadas. Então, temos um poder mágico no olhar: vemos formas ocultas nas estruturas visíveis, recebemos passivamente, com agrado ou desagrado, figuras de formas e cores variadas. E é através das palavras que qualificamos as diversas expressões do olhar, nelas encontramos o olhar de contemplação, o da consideração, o do respeito, o da admiração, entre outros. Todas são expressões que qualificam os olhares diferenciando uns dos outros, tornando o mundo um lugar de contemplação. Valorizar esses olhares faz com que prestemos mais atenção ao nosso redor e passou a ser a cerne deste trabalho. Precisamos perceber que o olhar não necessita ser restrito a nossa objetividade. Ele precisa explorar o mundo, mostrar intenções e as possibilidades de cada momento. Os olhos são capazes de nos colocar a par de quase tudo que acontece a nossa volta, mas nem tudo que olhamos nós vemos de fato. Às vezes passamos os olhos por alguma coisa e não reparamos na sua riqueza de detalhes. Então até onde nossos olhos podem ir? Esse título tenciona direcionar o olhar, mostrar todo o processo de posicionamento da câmara e vislumbre do fotógrafo em relação aos detalhes das estruturas fotografadas. Salientar o poder que temos de interpretar algo de acordo com o nosso vislumbre. O poder do olhar referencia a capacidade que temos em perceber pequenas coisas. Podemos ver, mas, por vezes, perdemos a aptidão de perceber o que estamos olhando, porque somos inundados de informações visuais que, em sua maioria, não nos interessam. E com isso, passam desapercebidas qualidades que motivariam o conhecimento. Tenho o interesse de motivar esse poder do olhar, estimulando “o olhar que aproxima os vãos entre as coisas e os sentidos: olhar cego tocando a luz da escuridão”. 1 O Olhar Os especialistas em percepção afirmam unanimemente que o homem atual “é um ser predominantemente visual”, isto é, a maior parte das nossas sensações é recebida pelos nossos olhos. Isso porque somos envolvidos por informações com um grande apelo visual, com muitas cores e atividades, nos inserindo em um mundo saturado de movimento. Mesmo assim, muitas vezes olhamos e não vemos, pois, como foi citado anteriormente, são muitas informações visuais para prestarmos atenção a todas. Então o que é o “olhar”? Segundo Bosi, “o ato de olhar significa um dirigir a mente para um “ato de “in-tencionalidade””. É ter sua atenção voltada para o objeto de interesse2 . Sabe-se, também, que o ser humano dispõe de outros sentidos, além da visão, que recebem informações interpretadas pelo sistema nervoso. Sendo assim, o olhar faz parte de uma corporeidade que dá sentido a tudo que percebemos. Podemos afirmar que existem diversas formas de olhar, cada uma com sua especificidade, e é no uso das palavras que encontramos algumas maneiras para representá- las: “Contemplar é o olhar religiosamente”. Respeitar é o olhar para o passado com reserva e humildade3 . Reparar é aquele que vê o que os outros não vêem, o olhar com mais atenção. Desatender é o olhar que não dá a devida atenção ou importância às coisas, é o olhar desatento. Olhar não é apenas direcionar os olhos para ver o que existe ao nosso redor. Significa, também, ater-se às emoções. O olhar não se restringe aos limites da visão objetiva. Ele explora o ilimitado campo do proposital, revela segredos, intenções e paixões. Como o olhar usado na captura das fotografias deste trabalho, podemos ultrapassar os limites do tangível e revelar momentos possíveis, mas impensáveis, numa combinação de emoção, sensação e ciência. Mas existe também um olhar mais “frio e imóvel”, o olhar cartesiano. Segundo Bosi, este olhar é o olho central e imóvel da perspectiva geométrica destacado por Descartes nos 1 DERDYK, Edith. Linha do Horizonte: Por uma Poética do Ato Criador. São Paulo: Escuta, 2001, p. 49 2 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 65. 3 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 79 renascentistas. Olhar que abstrai destacando as formas e descartando as cores, enfatizando a geometria dos contornos, deixando as sensações em um plano secundário. Todavia, a ciência da exatidão é também fascinante, e talvez não tenha um olhar tão frio e imóvel como citado, pois o “mundo esteve sempre repleto de matemática” 4 , apenas não a víamos, precisávamos de um olhar além da sensação para percebê-la. Precisamos estimular o olhar de quem repara e transformar o olhar desatento em curioso, induzindo os olhares a perderem-se dentro dessas formas e a buscarem o que não mais existe, transformando a imagem em algo irresistível. Fazendo com que o observador perceba nestas imagens coisas que ainda não tinham visto, ou seja, explicitando o implícito, pois como cita Merleau-Ponty, “o campo visual é este meio singular no qual as noções contraditórias se entrecruzam...” 5 . O olho é uma porta aberta entre o mundo e o receptor da imagem, que tanto recebe estímulos quanto os procura. Conhecendo ou reconhecendo cada um deles, recorta, mede, caracteriza, define as imagens, em suma, pensa. Ele recebe com prazer ou desprazer todas as informações que passam na sua frente, dando ao homem o deslumbre do conhecimento. O olho nos faz imergir em um universo de possibilidades dando a nossa mente a vontade de criar novos conceitos e ideias sobre todas as informações que perpassam por ele6 . 4 KARLSON, Paul. A Magia dos Números. Porto Alegre, RS: Editora Globo S. A., 1961, p.3 5 MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.27. 6 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 66. REFERÊNCIAS BOSI, Alfredo. Fenomenologia do olhar. In: NOVAES, Adauto (Org.). O Olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. DERDYK, Edith. Linha do horizonte: por uma poética do ato criador. São Paulo: Escuta 2001. KARLSON, Paul. A Magia dos números. Porto Alegre: Globo, 1961. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999, --- Fayga escreveu o texto intitulado A Fonte do Desejo em Goya (18 páginas, 24 ilustrações): "Parto da noção do "desejo" como uma força elementar que existe em cada um de nós, entendendo-o num sentido global, como um anseio inicialmente sem objetivos determinados. É um desejo de ser e de realizar-se - assim como uma semente "quer" nascer, brotar e desenvolver-se em suas formas características. Transformando-se, pelo mero fato de sua presença, em necessidade interior, o desejo mobiliza as aspirações das pessoas e os eventuais caminhos da realização e suas potencialidade. (...) Quero frisar o caráter global do desejo, constituindo a força e fonte de nossas aspirações. No início de vida das pessoas, essa força está, por assim dizer "em aberto", indefinida. Evidentemente Goya não poderia de antemão desejar ser "Goya", pois ele nem sabia o que significava tornar-se um Goya. Tampouco quanto às alegrias e tristezas que o aguardavam, ele poderia prever as circunstâncias concretas de seu viver, e nem de que modo ele haveria de entender e de reagir aos vários desafios que encontraria pela vida afora". --- https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10225202715158005?comment_id=10225208954553986

https://faygaostrower.org.br/livros-e-videos/artigos-e-ensaios/a-fonte-do-desejo-em-goya?fbclid=IwAR3pPywPgbOYN5OWAEeSf-Sck787CruFqUHqyYj1ZRlFn9Io9Otkr7l6zTw

Contrapor: > Corpo-Desejo & > Paisagens/Narrativa Estética (Pintura)
--- "A Paixão de JL" (2015) dirigido por Carlos Nader. https://youtube.com/playlist?list=PLuRNUhbYBtGymZ4gF6e2QCFBvkUnR_niw ___ [1/5 21:53] Zé Caetano: Cenas do Win Wenders - cartografia das emoções / dos desejos (desertos/anjos) : não somos anjos temos um corpo : (corpos-paisagens) - narrativa simples mas por isso msm forte por ser direta e ter um que de uma"verdade" transparente, uma narração quase cristalina das emoções dele (talvez por ser narrado como um diário, passe a sensação de tempo-real) [1/5 21:57] Zé Caetano: http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html [1/5 22:10] Zé Caetano: Um filme sobre Nick / Relâmpago sobre Água - W.Wenders https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://m.youtube.com/watch%3Fv%3D6IyfVl-MPXA&ved=2ahUKEwirwJ7056nwAhVgK7kGHavTBGYQxa8BegQIBBAE&usg=AOvVaw0jxXbgVtnY7WPrINMgzFkL [1/5 22:13] Zé Caetano: Transição de poeira dançando nos faixos de luz para os peixes no mar é genial (55min) (retoma no final com pássaros dançando no ar com áudio-narração de luta contra a doença) [1/5 22:32] Zé Caetano: 1:15:00 barulho de fundo da fita cassete aumentando, sensação de ritmo acelerado/pulsação de algo iminente chegando [1/5 23:01] Zé Caetano: Doc "Leonilson, sob o peso dos meus amores" (2012) https://youtu.be/8TKHN2LcChA : 19min Ele usava a arte como "cuidado de si" - a geração dos anos 80 era geração que tinha orgulho de ser ignorante (não-conceitual) - geração anos 60/70 pautada em prol de causas/agendas politicas - exposição do Zé Leonilson com copos (minorias) : caráter politico da obra === Carlos Nader - Encontros de Cinema (2013) https://youtu.be/16K2S4KYor4 >>> Papel da Linguagem na construção do sujeito
- Refletir sobre o fazer artístico é importante, mas não em excesso, se n paralisa.
"Arquivos fornecem fatos a uma ficção voluntária" - Lisette Lagano (30min) https://youtu.be/yMjWfBrFXaI Seminário: "Projeto Leonilson e a Internacionalização da Obra" (Aos 44min faz um "mea culpa" por propagar uma visão "romântica" do artista)
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Dedé Tarkinho O Nader começa a falar por volta de uns 9min. https://youtu.be/aJ83Y0Jigkw ENCONTRO COM CARLOS NADER - 15ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO – PETROBRAS Caetano Dable Uma entrevista, uma tarde, uma locação, um único personagem. Partindo das “prisões que libertam” no documentário Coutiniano, é a vez de inverter o jogo e ver o maior entrevistador do cinema brasileiro em frente às câmeras. “Eduardo Coutinho, 7 de outubro” é um documentário que coloca o cineasta diante de sua própria equipe para um entrevista conduzida por Carlos Nader.