segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Por que pensar a partir do cinema?

"O cinema é um tipo de arte e em nosso trabalho consideramos tipos de artes como produtores de conhecimento; ou seja, a Arte não é mero entretenimento, mas sim uma característica evolutiva de nossa espécie, visando sempre a uma adaptação maior a uma realidade complexa."

Jorge de Albuquerque Vieira, Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, professor aposentado pelo Departamento de Astronomia da UFRJ, professor da PUC-SP e da Faculdade Angel Vianna e palestrante do Ciência em Foco de agosto.

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"Além de contar com um acervo extraordinário, reunindo ao longo de sua história uma série de obras cuja beleza e teor de pensamento são literalmente memoráveis, o cinema participa de um tipo ou modo de linguagem capaz de dar carne ao pensamento, tornando-o sensível por meio de suas imagens, de seus sons, de suas falas; dessa forma ele dispõe, potencialmente, de uma força de sedução invejável, porque apresenta, unidos, prazer e reflexão, estimulando o pensamento ao mesmo tempo que nos instiga os sentidos."

Alexandre Costa, doutor em Filosofia, professor do Departamento de Filosofia da UFF e palestrante do Ciência em Foco de julho.

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"O cinema sempre esteve presente na minha vida, sendo inclusive a minha primeira vocação. Fiz cinema durante a minha juventude, onde realizei três curtas-metragens. Curiosamente, eu descobri a filosofia através do cinema quando, ao me mudar para o Rio, disposto a realizar o curso de graduação em cinema, encontrei com o Claudio Ulpiano, professor de filosofia da UFF. A partir deste encontro, iniciei os meus estudos em filosofia. O mais curioso é que a filosofia com a qual eu tive contato, que é a filosofia do Gilles Deleuze, tratava de cinema, abordava o cinema a partir dos conceitos filosóficos. Sendo assim, o cinema e a filosofia sempre estiveram em intercessão na minha profissão."
"Com o advento da estética, surge uma virada no século XVIII para o século XIX. A arte passa a ser concebida como expressão de um pensamento específico, que se faz na conjunção do sensível com o inteligível, dando ao criador o estatuto de experimentador."

Auterives Maciel Junior - Filósofo, doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio e do Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Univ. Veiga de Almeida e convidado do Ciência em Foco de abril de 2013.

http://cineclubecienciaemfoco.blogspot.com.br/2013/04/a-arte-o-pensamento-e-vida.html



1) Como foi seu encontro com o cinema? E por que falar a partir dele?

Talvez você considere minha resposta decepcionante, mas devo declarar que não tenho nenhuma preferência pela forma “cinema”. Assim como não assisto televisão, não acompanho a programação das salas. Assisto a poucos filmes, embora tenha um telão bem grande na minha sala. Assisto, em geral aos que me interessam de um ponto de vista teórico. Meu fundamental interesse pelos filmes está na revelação de uma teoria apresentada como forma e conteúdo. Filmes são, muitas vezes, sistemas teóricos no sentido de serem uma exposição estética, ética e metafísica. 

Marcia Tiburi

Arte, Ciência e Ficção - Jorge de Albuquerque Vieira

No dia 3 de agosto, o Cineclube Ciência em Foco exibiu o filme A máquina do tempo (The time machine - EUA, 1960), clássico de George Pal baseado no livro de H.G. Wells. Após o filme, o professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, Jorge de Albuquerque Vieira, apresentou a palestra Ficção e produção de conhecimento. Embora o filme também convide a um debate sobre a filosofia do tempo - o que poderia levar a uma série bem mais longa de encontros - a preocupação tanto de Pal quanto de Wells parece se voltar a outras áreas da ciência, levantando questões ligadas à sociologia, à economia e à política. Neste sentido, o filme consegue traduzir o espírito da obra de Wells, ao colocar em cena a preocupação com um possível destino da espécie humana. Tanto o filme de Pal quanto o livro de Wells motivaram a discussão em torno do que significa uma ficção.  Afinal, por que criamos ficções? Seria a ficção uma espécie de produção inútil, passível de ser entendida como uma mera distração? Jorge indagou se a ficção não teria uma finalidade cognitiva, aproximando-a de características do conhecimento: todo conhecimento tem como principal função manter a sobrevivência de um sistema vivo. Toda troca com o ambiente já se configuraria como uma espécie primitiva de conhecimento. Como pensar o fato curioso de nós, humanos - supostamente seres mais complexos na escala evolutiva -, nos dedicarmos a criar ficções?





Se a produção de conhecimento ficcional parece ter uma certa finalidade, haveria algum motivo para que certas ficções fossem inventadas. Vejamos a arte: os artistas lidam com a ideia de possibilidade, com as realidades possíveis, e não diretamente com aquilo que seria real. Não seria uma condição tão distante da ciência, que se baseia em uma hipótese de natureza realista-objetivista: admite-se uma realidade e procura-se guiar por ela. Todos os critérios e refutações científicas são sempre baseados nesta possível realidade, que parece não depender de nós. Portanto, o fato de se prever realidades é uma estratégia evolutiva baseada na tentativa de se entender não apenas o que a realidade é, mas o que ela pode ser. Dos tipos de conhecimento baseados em possibilidades o mais representativo deles, além da própria ciência, é a arte. Pode-se encontrar estudos de possibilidades da realidade na maioria dos autores de ficção científica, não apenas com ênfase na ciência mas na poesia ou na sociologia - esta bastante enfatizada por Wells em "A máquina do tempo". Muitas pessoas concebem o conhecimento científico separado do conhecimento artístico, como dois domínios excludentes. No entanto, aqueles que já se envolveram profundamente em atividades de pesquisa científica já devem ter se deparado com momentos de impasse, diante dos quais só nos resta criar, inventar. A partir destes casos, percebemos que o conhecimento científico não se reduz a uma mera descrição do real, já que a realidade nunca nos é dada. Como a maior parte dos aspectos da realidade estão profundamente afastados de nós, só nos resta um jeito quando queremos conhecê-la: lançar mão da invenção, fabular uma realidade e depois testar a invenção com rigor, conjecturas, sem esquecer que o que estamos submetendo a teste são ficções. Passamos, portanto, a dar certos atributos a criações que descrevem bem o mundo.

Jorge trouxe o exemplo da teoria da curvatura do espaço-tempo quadridimensional, que aparece na discussão do início do filme. De acordo com ele, as grandes teorias científicas são ficções: a partir de testes, recolhem-se indícios que mostrem, de modo indireto, se determinada ideia é boa. Einstein buscou indícios da curvatura do espaço-tempo apenas após experimentar um momento de criação, de invenção, que se aproxima do conhecimento artístico. É por isso que os grandes avanços científicos podem ser considerados atos de criação. Dividindo as ficções em dois grandes grupos, teríamos as ficções puras e as ficções eficientes, ou seja, de um lado as ficções mais ou menos livres e, de outro, as ficções mais ou menos especificadas, no sentido de serem eficientes na descrição ou representação de uma realidade fora do nosso alcance. No entanto, estes dois tipos não se contaminariam? Jorge trouxe um exemplo desta contaminação quando lembrou de suas leituras de ficção científica na adolescência, quando travou contato com o livro "A nuvem negra" (The dark cloud, 1957), de Fred Hoyle. Seu interesse pelo romance se deveu aos seus interesses de pesquisa científica naquela época. Anos mais tarde, já trabalhando com radioastronomia, descobriu que o autor do romance não só era um cosmólogo inglês, como também que seu livro de ficção tornou-se referência para muitos pesquisadores sobre as discussões científicas em torno de possibilidades de vida no Universo. Aquilo que ele havia conhecido como ficção científica, anos atrás, havia se tornado modelo científico anos mais tarde. Deste modo, longe de ser uma mera atividade supérflua, dispensável, não seria arriscado dizer que toda atividade artística é produção de conhecimento, assim como a ficção. Quando se faz ficção, ainda que não se saiba, procura-se captar alguma possibilidade do real. Muitas vezes essa conexão existe, independente do artista.

Há um motivo para isso, parece, de natureza evolutiva. Os seres humanos interagem com a realidade recolhendo os seus sintomas e depois codificando-os em suas redes neuronais. Deste modo, os sinais da realidades nos atingem e deverão ser traduzidos, transduzidos. Toda codificação, no entanto, possui limitações. As representações que criamos para lidar com o mundo e sobreviver são limitadas, além de extremamente especializadas, em comparação com outras espécies. A história evolutiva individual de cada um define os "filtros" seletivos a partir dos quais percebem e se relacionam com o real, englobados na concepção de Umwelt: termo que designa "mundo em torno", "mundo em volta", o universo perceptual de cada espécie, na concepção do biólogo estoniano Jakob Von Uëxkull (considerado hoje o pai da biossemiótica). Deste modo, a umwelt humana delimitaria aquilo que nos coube no jogo evolutivo. A questão passa a ser: como descobrir algo que se encontra para além da nossa percepção biológica individual? A resposta se insinua na nossa capacidade de expandir este nosso universo perceptual, na medida em que ele se torna não meramente biológico, mas também psíquico, psicossocial, social e cultural. Somos capazes agora de criar ficções, ao recorrer a signos para representar certos aspectos da realidade fora de nosso universo biológico. Na perspectiva de Jorge, nenhuma ficção é completamente pura, mas sempre baseada em uma possibilidade real. Do mesmo modo, estaríamos sempre lidando, na nossa experiência do mundo, com processos criativos ligados à produção de conhecimento. Estes processos não seriam restritos a determinadas áreas ou domínios, mas provariam antes a necessidade de sua mútua contaminação.


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Qual o papel evolutivo da criação artística?
http://cineclubecienciaemfoco.blogspot.com.br/2013/07/qual-o-papel-evolutivo-da-criacao.html

"Acredito que a afetividade, mais especificamente, a bondade, sejam tipos de conhecimento. Nossas sociedades, notadamente as ocidentais, têm ignorado muito destas dimensões; mas é óbvio que sem tolerância e acolhimento entre os seres vivos não há muita esperança para o futuro", Jorge de Albuquerque Vieira, Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, professor aposentado pelo Departamento de Astronomia da UFRJ, professor da PUC-SP e da Faculdade Angel Vianna e palestrante do Ciência em Foco de agosto.

1) Por que pensar a partir do cinema?

O cinema é um tipo de arte e em nosso trabalho consideramos tipos de artes como produtores de conhecimento; ou seja, a Arte não é mero entretenimento, mas sim uma característica evolutiva de nossa espécie, visando sempre a uma adaptação maior a uma realidade complexa.

2) O filme A máquina do tempo é baseado na obra de H.G. Wells, um dos clássicos da literatura de ficção científica inglesa. Tendo em vista o potencial especulativo destas obras com relação à realidade, capaz de projetar cenários ficcionais que provocam o pensamento acerca do nosso próprio mundo, de que modo seu caráter científico se articula ao artístico?
O caráter científico apóia-se no conhecimento que Wells tinha da ciência de sua época; ele nasceu em 1866 e ao longo de sua vida dedicou-se mais à Biologia (interagindo muito com Thomas Huxley) e, mais tarde, a publicações em Sociologia, Política e Filosofia. Tinha ideias pacifistas e socialistas. Sua produção máxima em ficção é do período de 1895 a 1900 (os dados acima foram retirados da contra-capa do livro “A Máquina do Tempo”, Francisco Alves, 1981).

Os escritores de ficção, embora não todos, possuem a característica de imaginar fatos “não existentes”, seja agora, ou no passado ou no futuro. É comum a preocupação mais atilada quanto ao futuro, quando eles têm formação científica e filosófica, avaliando as consequências das ações do ser humano no destino da própria espécie. Isso pode ser por meio de discursos fortemente científicos, como em alguns textos de Isaac Asimov, ou mesmo poéticos, como em Ray Bradbury. Wells situa-se a meio caminho entre essas duas posturas: ciência e sociologia, por exemplo. “A Máquina do Tempo”, “Os Primeiros Homens na Lua”, “A Guerra dos Mundos”, são típicos dessa tendência. Nestes casos, a criação artística identifica-se com a criação científica. Lembremos que a produção científica não se resume à forma de conhecimento discursiva, com ênfase na lógica: ela contém, geralmente no início de uma pesquisa, um caráter tácito e imaginativo que é mais típico da Arte. Fazer boa ciência implica fazer também algo com qualidade estética.

3) O senso comum associa a ideia de ciência à ideia de verdade, normalmente identificada a partir de métodos rigorosos que permitiriam uma leitura objetiva do real. De forma análoga, a ficção é comumente entendida como meio de afastamento daquilo que diz respeito à realidade. No entanto, ciência e ficção dialogam a todo momento. De que forma se dá esse diálogo, e como estes dois domínios se relacionam?

É um diálogo necessário, porque não temos acesso direto à realidade objetiva. O que acontece fora do nosso cérebro tem que ser devidamente codificado em neurônios, com todas as limitações que neurônios e codificações possuem. Essas limitações, resultantes de adaptações que se revelaram eficientes ao longo da nossa evolução, demarcam o que é chamado em Biosemiótica de “Umwelt”, a interface entre a objetividade da realidade e a nossa subjetividade. Parece-me visível que fazer ciência, principalmente a mais avançada, exige a produção de signos, em nossa “Umwelt”, para representar aquilo que parece existir objetivamente, mas fora do alcance de nossa elaboração perceptual. Atos de criação.

Por exemplo, ao que tudo indica existe algo associado ao espaço-tempo que representamos como “curvatura”; ela está fora do nosso alcance perceptual, adequado a três dimensões, mas testes (perguntas bem feitas à realidade) científicos fotografam, embora de maneira indireta, os resultados da curvatura do espaço-tempo ao alcance de “nossas” três dimensões. Imaginamos, sempre indiretamente, uma curvatura quadridimensional e buscamos comprovar isso pelos seus reflexos em três. Imaginação e criação.

A Arte me parece um tipo de conhecimento que trabalha possibilidades do real, explorando fortemente o nosso conhecimento tácito e nossa imaginação e, no caso da pesquisa científica, orientando a produção de teorias avançadas e de modelos. Este é um ponto de confluência entre os dois tipos de conhecimento.

4) As duas sociedades que habitam o mundo no futuro, no filme de George Pal, podem ser entendidas como desdobramentos possíveis de certas características atuais da civilização, como o ideal de progresso e a desigualdade social. Como pensar as tensões entre o progresso científico e a ética, situando a produção de conhecimento como dimensão política?

Creio que uma tentativa de avaliar esse problema consiste em considerar outros tipos de conhecimento, além da ciência e tecnologia. A Ética, por exemplo, é componente da Axiologia, a teoria dos valores. A questão é que nosso conhecimento, ainda primitivo, é complexo, já que tem que lidar com uma realidade muito, muito complexa. Conhecemos “bem” alguma coisa quando este conhecimento, acima de tudo, é capaz de nos manter vivos, permanentes no tempo. O papel evolutivo do conhecimento é a sobrevivência. O que pode nos destruir é a crença no sucesso e suficiência de um único tipo de conhecimento e o abandono de outros. Uma sobrevivência complexa em meio ao complexo só me parece possível quando elabora valores e outros aspectos de nossa vida. Por exemplo, acredito que a afetividade, mais especificamente, a bondade, sejam tipos de conhecimento. Nossas sociedades, notadamente as ocidentais, têm ignorado muito destas dimensões; mas é óbvio que sem tolerância e acolhimento entre os seres vivos não há muita esperança para o futuro. É preciso não esquecer que nossa espécie já se tornou capaz da autodestruição. Como disse Edgar Morin, o Homo sapiens sapiens é também o Homo demens.

5) Roteiros alternativos - espaço dedicado à sugestão de links, textos, vídeos, referências diversas de outros autores/pesquisadores que possam contribuir com a discussão. Para encerrar essa sessão, transcreva, se quiser, uma fala de um pensador que o inspire e/ou seu trabalho.

Jakob Von Uexkull, pai da biosemiótica. Bom livro dele: “A stroll through the worlds of animals and men”. Boa frase dele: “As únicas leis que conhecemos são as leis dos signos”.

6) Como conhecer mais de suas produções?
Os pontos principais de meus trabalhos estão contidos em 3 livrinhos, pertencentes a uma trilogia cujo título em geral é “Formas de Conhecimento: Arte e Ciência” com os volumes (1) Teoria do conhecimento e Arte, (2) Ciência e (3) Ontologia.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Aquecimento Global – Fatos e Boatos [ROTEIRO]

"Aquecimento Global - Fatos e Boatos"

ONU - UNIC-Rio [Universitários pela Paz 2009] 

http://youtu.be/IbRddD3EO1U










Aquecimento Global – Fatos e Boatos
ROTEIRO

TXT 1
O Aquecimento Global é uma das mudanças climáticas que mais têm sido discutidas nos últimos tempos.
O Jornal Nacional divulgou no final de janeiro de 2010 o verão mais quente dos últimos 10 anos no Rio de Janeiro,
com mais de 50 graus no asfalto
e mais de 27graus na água a beira-mar.

Junto com o calor anormal, ouvimos falar de uma série de eventos atípicos relacionados ao clima, e não sabemos ao certo como isso tudo está relacionado.

Dizem por aí que estamos passando por grandes mudanças climáticas...

Mas o que isso quer dizer?

Afinal de contas, o que é MC?

João: 109-113 (Eu acho que MC tem alguma coisa a ver com a Aq.)
Fabiane: 118-125 (AG=conseqs da MC)
IME: 048-052 (MC= conseq. AG)
Bruno: 029-032 (Mudança Climática eu não sei, não)
              TXT 2
Quando ouvimos a previsão do tempo na TV ou no Rádio, esperamos ouvir informações sobre como vão estar as condições da atmosfera num determinado momento.

Ou seja:
se o céu vai estar aberto,
se vai chover ou nevar, 
a intensidade dos ventos, 
se vai fazer 20 ou 40graus...

O que chamamos de tempo é a variação nessas condições num período curto, de um a seis dias.

            Já o “Clima” é a média das condições do tempo num intervalo de 30 anos.
           
            Pelo clima representar as condições médias por um longo período, se altera muito mais lentamente que o tempo meteorológico.

      Essa alteração pode ter consequências muito mais importantes por representarem alterações de longo prazo e que abragem áreas muito maiores que o Tempo Metereológico local.

           Assim como o tempo muda de um dia para o outro, o clima também pode mudar de uma década para outra.

Essa mudança ao longo das décadas, é uma Mudança Climática”.

E como se sabe, atualmente a mais discutida mudança climática  é o Aquecimento Global.






João: 036-054 (Camada de ozônio, calor e derretimento do gelo do polo)
Fabiane: 026-034 (elevação da temperatura e conseqs p/ biodiversidade)

O Dr. Emílio La Rovere, --------- da UFRJ, explica:

DVD grande, Emilio 2: 05’02-05’27.
“Esse termo tem sido usado porque há um aumento da temperatura média do planeta. Na verdade, isso pode até acontecer, a média pode aumentar, mas como a gente sabe, em alguns lugares a temperatura pode diminuir, em outros lugares aumentar, mas, na média, aumenta.” (Emílio) 05’01-05’27

A Dra. Maria  Alvarez  Justi da Silva  acrescenta:

Fala da Justi teaser:
“E a preocupação quando a gente diz que é um aquecimento global é que é o planeta como um todo.”

TXT 3
Assim como podemos calcular como deve ser a temperatura amanhã,
é possível calcular como a temperatura da Terra deve oscilar ao longo dos anos.

Segundo a maioria dos cientistas, nos últimos 200 anos,
a temperatura média do planeta tem aumentado em relação aos últimos 1.300 anos.

Esse aumento da temperatura média do ar próximo à superfície do planeta que é o que chamamos de  Aquecimento Global.

Parte deste aquecimento é devido à processos naturais,
como alterações na intensidade do sol e na órbita terrestre,
mas parte também, é consequência das atividades humanas,
particularemente das que apresentam maior consumo de energia e recursos.

As causas exatas e as soluções possíveis ainda são temas polêmicos, que alimentam grandes debates entre cientistas e políticos.

> explicar o que é IPCC – talvez imagem <


No entanto, o IPCC
( Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas )

atribui a maior causa das mudanças às atividades humanas decorrentes da industrialiação dos últimos séculos.

Esta visão apontada pelo  IPCC  tem sido, até então, a mais aceita e divulgada.

Bruno: 015-022 (poluição)
Palhaço: 037-049 (É o efeito da poluição, do que o homem tem feito e que tem influenciado no derretimento das geleiras e em muita coisa na vida do próprio ser humano)
IME 1: 0’35-0’49 ou até 0’54 (“O homem ta, com as indústrias, tal... camada de ozônio, efeito estufa =temperaturas aumentam acima do normal”)








Efeito Estufa [ colocar como Legenda-Título no Vídeo]
            TXT 4
            Os mecanismos do aquecimento terrestre são complexos.

            Estão relacionados principalmente à variação na concentração atmosférica
de gases e partículas que aumentam a retenção
da energia recebida pelo sol,
intensificando o efeito estufa.

             O efeito estufa é um proces so natural da atmosfera,
reponsável por manter as temperaturas amenas em grande parte do planeta
e permitindo assim, a vida como a conhecemos.
Entender seu funcionamento, permite compreender como se processa o aquecimento global.

Inserir pequena animação mostrando a chegada de energia do sol, a reflexão e a absorção da atmosfera e superfície e a retenção da energia de ondas longas irradiada pelo planeta. Mostrar também a intensificação do cenário devido ao aumento na concentração de gases e partículas que retem o calor, explicando assim o aquecimento global.

DVD grande, Emilio 2: 06’35-07’05.
“A atmosfera é composta essencialmente por nitrogênio – 78% mais ou menos –, oxigênio – 21% –, dando menos de 1% para outros gases. E aí que entram os chamados gases de efeito estufa, que em quantidades são pequenos, mas eles têm um efeito regulador da temperatura muito importante. É uma espécie de termostato do aparelho de aquecimento ou ar-condicionado do planeta.”

(Justi – teaser)
“Nós estamos colocando gases que eram em quantidades muito pequenas nessa nossa mistura que é a atmosfera. E esses gases estão retendo mais o calor e fazendo com que a gente tenha esse aquecimento global e as conseqüências mudanças na dinâmica da atmosfera e no clima de uma maneira geral.”

            TXT 5
            Mas... as consequências do Aquecimento Global vão muito além
de um aumento na temperatura superficial do planeta.

DVD grande, Emilio 2: 14’28-14’46; 14’53-14’11.
“Esse Aquecimento Global vai ter como conseqüência mudanças no clima, mudanças climáticas. Essas mudanças, aí sim nós temos incertezas: quais são as mudanças climáticas devido ao aquecimento global?

  Quais são as conseqüências, e aí principalmente aumenta a incerteza quando você fala de regiões, o que vai acontecer em cada região do planeta? Aí você tem problemas de incertezas maiores.” (Emílio – teaser)

             TXT 6
Apesar das incertezas de como o clima vai se comportar em cada região do planeta,
os efeitos esperados incluem :
             -diferentes elevações de temperatura para diferentes regiões do globo,
-o aumento do nível dos mares afetando comunidades e nações que até então nunca sofreram desse tipo de problema,     e também
-a alteração o padrão de ventos e precipitação das chuvas, trazendo secas ou enchentes para regiões que não sofriam destas condições extremas.


Estas alterações climátias complexas, decorrentes do aquecimento global,
tem potêncial para afetar
nossa produção de alimento,
nossa produção de energia,
as áreas de assentamentos humanos,
a distribuição de espécies e ecossistemas,
            afetando também, as áreas de conservação da biodiversidade..

Fabiane: 132-148 + 157-213

            TXT 7
            Os impactos diretos e indiretos dessas mudanças
             podem ocasionar grandes perdas econômicas e culturais,
             e o pior, perdas de vidas.

            A Organização Mundial da Saúde  aponta possibilidade de desastres naturais, sobretudo na faixa tropical da Ásia e da América.

           Os efeitos podem ser ainda mais dramáticos em regiões que não estão preparadas
para condições extremas de ventos e precipitação.

          O que você acha dessas conseqüências?

João: 1’16-1’26

             TXT 8
            Muito bem lembrado, seu João!
            A quantidade e a qualidade de água potável e alimentos disponíveis em algumas regiões do globo já está sendo afetada.
           O  cientista Diarmid Camp-bel Lendrum da Organização Mundial da Saúde 
          afirmou em entrevista ao programa News Hour:
“Três milhões e meio de pessoas morrem de desnutrição. (...) E todas essas mortes ocorrem nas partes do mundo mais afetadas pelas mudanças climáticas”.

           Existe ainda a possibilidade de ocorrência de ondas de calor,
aumento de casos de desidratação e doenças respiratórias,
além da expansão das áreas de ocorrência de doenças tropicais.

          A Organização Mundial da Saúde divulga que a mortalidade atribuída ao AG só no ano 2000 chegou a 40 milhões de pessoas por ano na América Latina e 100 milhões em países da África do Sul.
Inserir o mapa de mortalidade associada ao aquecimento global.

Afinal, o AG existe mesmo? [ colocar como Legenda-Título no Vídeo]
             TXT 9
            A Ciência Climática é muito complexa,
ela surge da integração de diferentes áreas científicas ;
tem suas conclusões e recomendações
baseadas em observações diretas, indiretas e modelos.

            Conseguir as informações necessárias para compreender as mudanças climáticas, sua intensidade e seus impactos envolve uma pesquisa árdua,
com muitas dificuldades e por vezes incertezas.

            Essas incertezas e metodologias são atacadas por críticos, o que para a ciência é muito importante, uma vez que gera a necessidade de constante melhoria nessas metodologias e redução das incertezas.

          No entanto, para a sociedade e para os governos não acostumados à metodologia científica essa crítica causa confusão em um tema que já é complexo.

Como as adaptações necessárias para as nações são grandes se os relatórios do IPCC forem considerados o melhor conhecimento da questão,

essas nações terão resistência em tomar medidas que afetem suas economias.

Porém, não são todos os campos da ciência climática que apresentam grande incerteza:

DVD grande, Emilio 2: 14’46-14’51; 15’13-15’19:
“O aquecimento global, não há nenhuma dúvida que ele existe, isso pode ser medido, pode ser feito.”
“Sobre o Aquecimento Global, o conhecimento é mais definido, com menos incertezas”

Fala da Justi que está no Teaser.

             TXT 10
Justamente por nossa ciência conter incertezas,
deveríamos ser ainda mais cautelosos ao lidar com o clima,
evitando suas alterações,
uma vez que as conseqüências podem ser desastrosas...

Isto na ciência, é conhecido como o “Princípio da Precaução”.



Por outro lado,
ainda que essas mudanças não comprometam seriamente nosso futuro,,
as adaptações necessárias para um cenário de aquecimento do globo
têm o potencial de melhorar a qualidade de vida para milhões de pessoas.

Se as adaptações forem bem planejadas, a sociedade poderá colher muito mais benefícios que prejuízos.


TXT11
O que a ONU e os países estão fazendo a respeito? [ colocar como Legenda-Título no Vídeo]


            Os gases do efeito estufa têm um longo tempo de permanência na atmosfera e,
            uma vez emitidos se espalham por todo o globo,
            tornando o problema do aquecimento uma questão global, que não respeita barreiras políticas nem ocasiona consequências de acordo com a contribuição da nação emissora.

Paula e Bibiana falando que o conceito de fronteiras internacionais se esvai quando se fala de Mudanças Climáticas

TXT12
           Como pode-se deduzir,
são os países mais pobres os menos adaptados para lidar com as alterações climáticas
e representam as regiões onde os efeitos serão sentidos mais intensamente,

...apesar destas nações pouco terem contribuido para o acúmulo de gases na atmosfera.


           Estas questões políticas,
           as mitigações dos impactos
           e a redução das emissões são temas complicados,
envolvendo grande volume de dinheiro e afetando a economia a curto prazo.

Além dos impasses políticos estão envolvidas questões sociais
como alterações culturais dos costumes de cada povo
e de mudanças na infraestrutura das sociedades.

Por isso é necessária a atuação de uma organização mundial capaz de coordenar a disponibilização de informações mais precisas para acessorar a tomada de decisão, assim como construir fóruns apropriados, reunindo representantes das diferentes nações.

Este tem sido o papel das Organizações das Nações Unidas  ( a ONU )

Em 1988, atravéz do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
firmou uma parceria com a Organização Meteorológica Mundial

e instituiu o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, conhecido pela sigla em inglês, IPCC.



            Desde a sua criação,
a entidade de cooperação internacional produziu inúmeros relatórios
que tem ajudado a mobilizar a comunidade mundial e seus governos,

convencendo da veracidade das mudanças climáticas
e da urgência na mitigação de seus efeitos,

além de sintetizar o conhecimento do funcionamento do sistema climático para que os governos possam direcionar seus esforços para ações efetivas.


            Foi a partir da Eco-92, conferência organizada pelas Nações Unidas,
 que foi criado o tratado internacional
“Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”,
 dentro deste tratado internacional foi produzido já conhecido
 Protocolo de Quioto com metas de desenvolvimento limpo para as nações.

Desde então diversas conferências internacionais tem ocorrido na tentativa de ampliar os esforços governamentais no comprometimento com a redução do Aquecimento Global.

O último encontro,foi a  COP-15, ocorreu em 2009 em Copenhague, na Dinamarca.

Você sabe o que aconteceu neste encontro?

Fabiane: 2’19-2’26
Victor: 1’56-1’58
Victor 2: 0’14-0’26
IME ok: 4’05-4’25 ou até 4’42
Fabiane: 2’29-2’31
João: 2’28-3’00
Gaucho: 3’04-3’38 (Americanos, chineses e “caridade“)
Palhaço: 4’43-5’03

A pesquisadora Maria Justi da Silva  esteve na COP-15 e nos esclarece um pouco mais sobre o que aconteceu nessa reunião:

[Entra fala da JUSTI]
                Graças aos conflitos de interesses entre os países ricos, principalmente Estados Unidos e União Européia, e os que estão em processo de desenvolvimento (sobretudo Brasil, Índia, China e África do Sul), poucas medidas práticas foram tomadas. Um documento sem valor jurídico foi elaborado de última hora, manifestando a intenção de reduzir os gases do efeito estufa em até 80% até o ano de 2050. Houve intenção de liberação de até 100 bilhões de dólares para serem investidos em meio ambiente até o ano de 2020. Os gases do efeito estufa serão medidos a cada dois anos para elaboração de relatórios para a comunidade internacional. [JUSTI]









Qual o nosso papel?[ colocar como Legenda-Título no Vídeo]

            As mudanças climáticas e o aquecimento global,
            são questões a serem enfrentadas em diferentes esferas:

           desde ações pessoais e coletivas em pequena escala
           até ações políticas.

Existem diversas organizações, sites e livros que podem auxiliá-lo a fazer mudanças
nos seus hábitos pessoais
e nos da sua vizinhança.

Discutir o tema com os amigos e a família talvez seja a melhor forma de começar...

Mas não se esqueça da participação política.

Além do voto direto que representa nossas escolhas,
em um estado democrático os políticos são pressionados pela opinião pública. Assim, a mobilização política pode fazer que governantes encarem com maior seriedade a questão.

 Mais do que proteger a economia em curto prazo, os governos devem proteger um ambiente saudável para o futuro desta e das próximas gerações.



Pense a respeito,

se informe
e o mais importante:



PARTICIPE !





MAG - 1_14 - Mudanças Ambientais Globais

Publicações IPCC ONU

MAG - 2_14 - Efeito Estufa

aos 30s mostra como seria a temp da terra sem o efeito estufa.

MAG - 6_14 - Mudanças Climáticas Antropogênicas

01:00 – grafico mostrando aumento das emissoes de CO² no mundo

01:30 – graf mostrando a emissão de CO² por países desenvolvidos (industria)
e em desenvolv (lavoura / gado)


NASA _ Ship Tracks Reveal Pollution's Effects on Clouds

até 00:01:00 zoom in na terra a partir do espaço. (MT BOM)


NASA _ Earth Science Week- Climate Change & The Global Ocean

2:20 > 2:25 mudança do gelo no mundo durante o ano (só 5 seg... terua q ficar repetindo...)


NASA _ Supercomputing the Climate

5s iniciais (previsão do tempo)

1:25 a 1:50 visão de satelite das nuvens na terra

4:20 mudanças no mapa de temperatura ao longo dos anos