terça-feira, 29 de novembro de 2016

"Maças não se pintam, maças se comem"

"Maças não se pintam, maças se comem"
O que está ali é outra coisa... entenderam...?  
(Cezanne via Gerd)
HÁÁÁ !!!
BINGO PORRAAAA!!! \o/
O LANCE É TENTAR UMA FOTOGRAFIA SEM ROSTOS, FOTOGRAFAR CORPOS DES-FOTOGRAFANDO OS SUJEITOS, LIBERTANDO (quem sou eu para libertar alguém... mas não veio outra palavra...) A EXPRESSIVIDADE DOS CORPOS DE UMA I-DENTIDADE !  
E SEGUE-SE "MINHA" ODISSÉIA PELA DES-SUBJETIFICAÇÃO ... =)
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Fotografo para entender o mundo, para me entender no mundo.
Evito a fotografia que se apropria, que evita o dialogo, que seja um olhar pronto sobre o mundo.
Busco uma fotografia da representação mútua. Assumo na busca o que me fotografe.
Me deixo ser fotografado pelo que me toca do mundo.
Não fotografo as coisas; se não antes, elas a mim.
A esse co-foto-grafamento tento contribuir dando abertura à representação do que não está dado, do que não está dito, do que não esta na moda, das minorias estéticas, do que é em si e não fora de si, do não-objeto.
Tento respeitar o silêncio de quem o quer. De preservar aos olhos do mundo que vê, o que não quer ser visto diretamente. Destes in-luminados procuro seus reflexos justamente naquilo que os ofusca.
Busco as fontes indiretas da luz, perceber o que se esconde para tornar o contraste possível.
Busco antes da forma em si, o que a tangencia.
Desta não-fotografia não posso esperar mais que a sua própria inconsistência, sua desestruturação técnica, sua dissolução enquanto "arte".
Aqui está o que não é.
(E se orgulha em não sê-lo)
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"O psiquismo, acontecimento que acompanha toda a vida humana sem se localizar em nenhum lugar do corpo vivo, é o que se ergue contra um fundo vazio que poderíamos chamar, metaforicamente, de um núcleo de depressão. O núcleo de nada onde o sujeito tenta instalar, fantasmaticamente, o objeto perdido -objeto que, paradoxalmente, nunca existiu.
A rigor, a vida não faz sentido e nossa passagem por aqui não tem nenhuma importância. A rigor, o eu que nos sustenta é uma construção fictícia, depende da memória e também do olhar do outro para se reconhecer como uma unidade estável ao longo do tempo. A rigor, ninguém se importa tanto com nossas eventuais desgraças a ponto de conseguir nos salvar delas. Contra esse pano de fundo de "nonsense", solidão e desamparo, o psiquismo se constitui em um trabalho permanente de estabelecimento de laços -"destinos pulsionais", como se diz em psicanálise- que sustentam o sujeito perante o outro e diante de si mesmo."
UMA EXISTÊNCIA SEM SUJEITO
por Maria Rita Kehl
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"Falamos de desejo, e não de reivindicações, justamente porque reivindicações podem ser satisfeitas, mas o desejo obedece a outra lógica – ele tende à expansão, ele se espraia, contagia, prolifera, se multiplica e se reinventa à medida em que se conecta com outros. Falamos de um desejo coletivo, onde se tem imenso prazer em descer à rua, em sentir a pulsação multitudinária, em cruzar a diversidade de vozes e corpos, sexos e tipos, e apreender um “comum” que tem a ver com as redes, com as redes sociais, com a conexão produtiva entre os circuitos vários, com a inteligência coletiva, com uma sensorialidade ampliada, com a certeza de que o transporte deveria ser um bem comum, assim como o verde da praça Taksim, assim como a água, a terra, a internet, as informações (quando se há de quebrar o monopólio que algumas poucas famílias detêm sobre a infosfera desse país continental?), os códigos, os saberes, a cidade, e que toda espécie de enclosure é um atentado às condições da produção contemporânea, que requer cada vez mais o livre compartilhamento do comum. Tornar cada vez mais comum o que é comum – outrora alguns chamaram isso de comunismo. Um comunismo do desejo. A expressão soa hoje como um atentado ao pudor. Mas é a expropriação do comum pelos mecanismos de poder que ataca e depaupera capilarmente aquilo que é a fonte e a matéria mesma do contemporâneo – a vida (em) comum"
“Uma nova coreografia política 
Peter Pál Pelbart

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