quarta-feira, 14 de agosto de 2013

35 livros para uma biblioteca erótica - Um guia de literatura erótica em edições nacionais.



35 livros para uma biblioteca erótica

Um guia de literatura erótica em edições nacionais. 
Por Eliane Robert Moraes



História da literatura erótica, Sarane Alexandrian (tradução de Ana Maria Scherer e José Laurênio de Mello). Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

“A imaginação pornográfica”, Susan Sontag. Ensaio publicado em A vontade radical. Tradução de João Roberto Martins Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

“O ensaio interroga a ‘imaginação pornográfica’
como uma forma particular de consciência que abre ao pensamento
a possibilidade contínua de alargar a escala humana
para além da vida em sociedade.”

*

Eros, tecelão de mitos: a poesia de Safo de Lesbos, Joaquim Brasil Fontes. São Paulo: Iluminuras, 2003.

“Escritos na idade de ouro do lirismo grego,
por volta de 600 a.C., os versos de Safo de Lesbos
fundam a poesia amorosa do Ocidente,
fazendo reverberar um Eros meditativo.”

Falo no jardim – priapeia grega, priapeia latina, João Ângelo Oliva Neto (organizador e tradutor). São Paulo: Ateliê/Editora da Unicamp, 2006.

Satíricon, Petrônio (tradução de Cláudio Aquati). São Paulo: CosacNaify, 2008.

Sonetos luxuriosos, Pietro Aretino (tradução, introdução e notas de José Paulo Paes). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

“Entre os humanistas do Renascimento que se lançaram
à ousada tarefa de desvendar os mistérios do mundo,
Aretino ocupou um lugar único. Sua obra licenciosa
tornou-se a principal fonte do moderno erotismo literário.”


A invenção da pornografia: a obscenidade e as origens da modernidade (1500-1800), Lynn Hunt (tradução de Carlos Szlak). São Paulo: Hedra, 1999.


*

Moqueca de maridos: mitos eróticos, Betty Mindlin e narradores indígenas. Rio de Janeiro: Record/ Rosa dos Tempos, 1997.

Crônica do viver baiano seiscentista, Gregório de Mattos. Rio de Janeiro: Record, 1999.

Poesias eróticas, burlescas e satíricas, Manuel Maria Barbosa Du Bocage. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1999.

*

A filosofia na alcova, Marquês de Sade (tradução de Contador Borges). São Paulo: Iluminuras, 2000.

“Escrito em 1795, o livro associa, desde o título,
a reflexão filosófica às práticas libertinas,
já que não se trata de uma filosofia da alcova, e sim na alcova.
A diferença é sutil, mas essencial: aqui o filósofo desloca-se para o boudoir libertino, o que é bastante distinto da atitude de refletir
sobre a alcova a partir do gabinete,
como fizeram muitos contemporâneos do marquês.
Quando a reflexão e a paixão se fundem,
estabelece-se uma unidade entre pensamento e corpo, à qual o
libertino dá o nome de ‘filosofia lúbrica’”.

Um mais além erótico: Sade, Octavio Paz (tradução de Wladyr Dupont). São Paulo, Mandarim, 1999.


“Ensaio de 1961 de Octavio Paz, testemunho da inquietação
de uma geração de intelectuais, compelida a repensar
as bases de um humanismo que a Segunda Guerra Mundial
havia colocado em xeque.”

Esses livros que se lêem com uma só mão. Leitura e leitores de livros pornográficos no século XVIII, Jean-Marie Goulemot (tradução de Maria Aparecida Corrêa). São Paulo: Discurso Editorial, 2000.

Fanny Hill ou Memórias de uma mulher de prazer, John Cleland (tradução de Eduardo Francisco Alves). São Paulo: Estação Liberdade, 1997.

Os segredos do Amor e de Vênus de Luisa Sigea, Nicolas Chorier (tradução de J. M. Bertolote). São Paulo: Degustar, 2007.

“O livro é apresentado como a tradução latina de obra erótica
criada pela poeta espanhola Luisa Sigea.
Uma fraude como essa, além de preservar a reputação do autor,
também divertia o erudito magistrado, que se deleitava em
compartilhar textos clandestinos com uma reservada
elite intelectual do século XVII.”

A Vênus das Peles, Leopold Sacher-Masoch (tradução de Saulo Krieger). São Paulo: Hedra, 2008.

Três filhas da mãe, Pierre Louys (tradução de Denise Coutinho e Michel Colin). Salvador: Ágalma, 2001.

*

Contos eróticos, Dalton Trevisan. Rio de Janeiro: Record, 2002.

O amor natural, Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: Record, 1992.

Poesia digesta (1974-2004), Glauco Mattoso. São Paulo: Landy, 2004.

Tripé do tripúdio e outros contos hediondos, Glauco Mattoso. São Paulo: Tordesilhas, 2011.

Pornopopeia, Reinaldo Moraes. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

O caderno rosa de Lori Lamby, Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2005.

“Disfarçado de pornografia, o texto é uma fina reflexão
sobre o ato de escrever como possibilidade de jogar
com os limites da linguagem.
Trata-se, para Lori Lamby, de conhecer o funcionamento da língua,
no seu duplo registro: falar, narrar, fabular – assim como
lamber, chupar e sugar –, exigem um aprendizado sutil e interminável,
pois os prazeres da boca se desdobram em muitas modalidades.
Não por acaso, a autora dedica o livro ‘à memória da língua’”.

Bundo: e outros poemas, Valdo Motta. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

A casa dos budas ditosos, João Ubaldo Ribeiro. Rio de Janeiro, Objetiva, 1999.

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História do olho, Georges Bataille (tradução de Eliane Robert Moraes). São Paulo: CosacNaify, 2010.

O erotismo. Georges Bataille (tradução de Fernando Scheibe). Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

Poesia erótica em tradução, vários autores (organização e tradução de José Paulo Paes). São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

“A antologia traz poemas da antiguidade helênica e latina,
versos satíricos da Idade Média, trovas provençais do século XIII,
exemplares do barroco espanhol, passando pela poesia libertina
setecentista, pelo folclore da Calábria do século XIX,
até a produção dos surrealistas franceses.
As impecáveis traduções de José Paulo Paes
dão a conhecer as formas poéticas da erótica ocidental, revelando
as marcas que a história e a cultura imprimem na experiência carnal.”

*

Poesia erótica e satírica, Bernardo Guimarães (prefácio, organização e notas, Duda Machado). Rio de Janeiro: Imago, 1992.

Risos entre pares: poesia e humor românticos, Vagner Camilo. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial/Fapesp, 1997

A carne, a morte e o diabo na literatura romântica, Mario Praz (tradução de Philadelpho Menezes). Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

Leituras do desejo: o erotismo no romance naturalista brasileiro, Marcelo Bulhões. São Paulo: Edusp, 2003.

Eros travestido: um estudo do erotismo no realismo burguês brasileiro, Lúcia Castello Branco. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1985.

Páginas de sensação: literatura popular e pornográfica no Rio de Janeiro (1870-1924), Alessandra El Far. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

A linguagem proibida: um estudo sobre a linguagem erótica, baseado no dicionário moderno de Bock de 1903, Dino Preti. São Paulo: T. A Queiroz, 1983.


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Eliane Robert Moraes é professora de literatura brasileira na Universidade de São Paulo. Autora de diversos ensaios sobre o imaginário erótico na literatura, publicou, entre outros: Sade: a felicidade libertina (Imago, 1994), O corpo impossível (Iluminuras/Fapesp, 2002), Lições de Sade: ensaios sobre a imaginação libertina (Iluminuras, 2006) e Perversos, amantes e outros trágicos (Iluminuras, 2013).


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