quarta-feira, 11 de maio de 2016

"Interpretar o mundo – Mudar o mundo" Chomsky em Lisboa [2015]



Interpretar o mundo – Mudar o mundo

Chomsky em Lisboa [2015]




A fila começa no átrio e prolonga-se pela escadaria até ao andar de baixo. Dezenas de pessoas esperam para saber se vão conseguir entrar no auditório ou se terão de ficar a ver o conferencista que se segue num ecrã instalado cá fora.

O que levou tantos jovens e menos jovens, estudantes, cientistas e público em geral à Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, nesta sexta-feira à tarde?

A perspectiva de ouvirem ao vivo e em directo um dos mais famosos cientistas do mundo, o linguista Noam Chomsky.

De pé perante uma sala à cunha, Chomsky, com 86 anos de idade, fez uma espécie de aula-relâmpago, recheada de referências a pensadores mais e menos conhecidos, sobre a evolução do pensamento científico, filosófico e político do Renascimento até à modernidade. E assim fazendo, falou também do seu envolvimento, ao longo de várias décadas, por estas três áreas do conhecimento.

Da linguística às ciências cognitivas, da física ao darwinismo, das lutas sociais às desigualdades crescentes na sociedade actual, Chomsky abordou uma série de temas, numa espécie de síntese – talvez não totalmente clara para uma parte do seu auditório – da evolução do seu próprio pensamento. E apesar de não ter apresentado nenhum PowerPoint e ter lido o seu texto – numa voz algo monótona e com aparente cansaço – do início ao fim, foi brindado com um aplauso entusiasta quando concluiu a sua intervenção.

A conferência de Chomsky intitulada "
Interpretar o mundo – Mudar o mundo" estava inserida no congresso "No coração do mundo – Ciências em rede no mundo global", organizada pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e pelas faculdades de Letras das universidades de Lisboa, Coimbra e Porto.

Interpretar o mundo é “uma meta muito mais modesta do que conhecer e perceber o mundo”, começou por dizer Chomsky. Isto porque hoje temos de reconhecer que “a nossa compreensão do mundo nunca poderá estar à altura do que pretendiam os pais da ciência moderna" – Galileu, Descartes, Newton... “A natureza tem segredos que ficarão para sempre na escuridão”, acrescentou, dando como exemplo, entre outros, a incerteza inerente à física quântica, que “só serviu para revelar ainda mais os limites da nossa compreensão do mundo”.

Existem, isso sim, “ilhas de conhecimento”– e uma delas foi a redescoberta, nas últimas décadas, de que os estados mentais são fenómenos naturais, causados pela actividade de redes de neurónios no cérebro. Uma “redescoberta” e não uma descoberta, diz Chomsky, porque a ideia de que “o pensamento é uma propriedade da matéria organizada” remonta a finais do século XVIII. Mas apesar disso, a nossa “utilização criativa” da linguagem, essa capacidade exclusivamente humana de inventar um sem-fim de frases a partir de um número limitado de componentes, “permanece misteriosa”.

“Chomsky é considerado o ‘pai’ da linguística moderna porque foi ele que inseriu a linguística nas ciências cognitivas”, explicou ao PÚBLICO João Costa, do Centro de Linguística da UNL (que convidou Chomsky a participar no congresso), a seguir à conferência. “E ao dizer que a linguagem é uma componente biológica autónoma do nosso organismo, ele causou uma ruptura de paradigma que nos deu a capacidade de estudar a linguagem de forma pura.” Ou seja, de criar frases no laboratório para estudar o “comportamento” da língua como se de um organismo vivo se tratasse.

Na segunda parte da sua palestra, Chomsky passou sem transição para uma reflexão sobre como mudar o mundo para reduzir as desigualdades sociais, sobre “como organizar a sociedade para garantir o bem comum” – isto é, uma vida decente para todos e o respeito dos direitos humanos.
Primeiro, evocou pensadores do Século das Luzes como Adam Smith, que pensavam que os seres humanos eram intrinsecamente generosos e que, por isso, os mais ricos iriam distribuir a sua riqueza pelos mais necessitados – “algo que não correu exactamente como previsto”, ironizou.
Falou dos Estados Unidos, “o país mais poderoso e mais livre da história do mundo e ao mesmo tempo um dos mais retrógrados em termos do acesso à saúde, a par da Turquia e do México”; e ainda da “globalização neoliberal, que pretende limitar o desenvolvimento humano”. 

E terminou defendendo uma “forma razoável de aproximação ao bem comum”: as ideias libertárias. 

“Em meados do século XIX nos EUA, os trabalhadores não faziam greve apenas para ter pão, mas também pelos seus direitos enquanto homens e mulheres livres”, rematou. (público)


Fontes: 

http://www.publico.pt/ciencia/noticia/noam-chomsky-linguista-filosofo-activista-politico-fez-casa-cheia-em-lisboa-1695026

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http://leitor.expresso.pt/#library/expressodiario/13-05-2015/caderno-1/temas-principais/nao-existe-qualquer-razao-para-a-populacao-pagar-a-divida


http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/2015-05-13-Noam-Chomsky.-Ha-uma-diferenca-entre-condenar-o-ataque-ao-Charlie-Hebdo-e-ser-a-favor-das-vitimas

https://www.facebook.com/catarinapombonabais/posts/10208720445426527?comment_id=10208723270737158&reply_comment_id=10208723402700457&notif_t=feed_comment_reply&notif_id=1462998521860017







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"Problemas do Conhecimento e da Liberdade" 
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by Noam Chomsky (2008)

Originalmente apresentado em Cambridge no ano de 1971. num ciclo de palestras dedicadas a Bertrand Russell. Problemas Do Conhecimento E Da Liberdade é uma síntese do pensamento de Noam Chomsky a respeito de lingüística e filosofia moral. Dividido em duas partes. o livro expõe também suas veementes críticas políticas acerca da guerra travada pelos Estados Unidos no Vietnã. Em "Interpretar o mundo". artigo que abre o livro. Chomsky retoma o trabalho da vida de Russell - a incansável busca pelos princípios empíricos da compreensão humana - para traçar um panorama filosófico geral. com referências a David Hume. Ludwig Wittgenstein. Wilhelm von Humboldt e outros. a cujos comentários acrescenta importantes observações. No segundo artigo. apropriadamente intitulado "Mudar o mundo". Chomsky aplica esses conceitos aos temas que ocupariam a maior parte de seus trabalhos sobre política nesse período: crítica aos confrontos na Indochina e à ideologia da Guerra Fria por trás deles; desaprovação ao Pentágono como centro único de tomada de decisões nos Estados Unidos e à crescente influência de corporações multinacionais nesses círculos; censura à politização das universidades americanas durante os anos do pós-guerra. Além disso. Chomsky apresenta uma análise contundente da crise dos mísseis cubanos e da política externa de Richard Nixon. Prefaciado pela escritora indiana Arundhati Roy. Problemas do conhecimento e da liberdade é um livro lúcido e estimulante. o primeiro de Chomsky a reunir seu trabalho como lingüista e pensador político. É também uma de suas primeiras obras publicadas. na qual se antevê com clareza uma trajetória genial.

Fonte: http://www.amazon.com/Problemas-Conhecimento-Liberdade-Portuguese-Brasil/dp/8501071110





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A programa��o neuroling��stica (PNL), t�cnica que surgiu na d�cada de 70 nos Estados Unidos, tem sido cada vez mais utilizada em tratamentos psicoterap�uticos, cursos de treinamento em gest�o e lideran�a e at� em disciplinas acad�micas, alcan�ando altos �ndices de satisfa��o pelos resultados r�pidos que proporciona. A PNL se prop�e a mostrar como a linguagem pode interferir nos nossos padr�es de comportamento e como � poss�vel "reprogramar" o c�rebro atrav�s das palavras, para que algo que se deseja - mudar ou alcan�ar - seja conquistado 
A t�cnica foi criada pelo psic�logo Richard Bandler e pelo ling�ista John Grinder, americanos que aliaram as teorias da neuroling��stica (movimento iniciado no s�culo XIX que estuda a elabora��o cerebral da linguagem) � gram�tica transformacional de Noam Chomsky (que associa a palavra � interpreta��o) e �s linhas de psicoterapia gestalt e behaviorista. A PNL foi trazida ao Brasil na d�cada de 80 por alguns psic�logos interessados em inseri-la nas sess�es de terapia, mas perdeu credibilidade nos anos 90, ap�s ser pasteurizada como uma "solu��o para todos os males". "Alguns marqueteiros fizeram um curso de fim de semana nos Estados Unidos e voltaram ao Brasil cheios de promessas milagrosas. Transformaram a PNL em mercadoria e cobravam fortunas nas palestras para empresas", critica a psic�loga Cl� Guilhermina, uma das pioneiras no Brasil e fundadora do Instituto de Programa��o Neuroling��stica Aplicada, o primeiro a ser validado pelo Conselho Regional de Psicologia de S�o Paulo. Nos �ltimos anos, ap�s a iniciativa de pesquisadores em validar cientificamente a t�cnica no meio acad�mico, ela voltou a ser respeitada. Em maio do ano passado, foi reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia como uma pr�tica da psicoterapia.

http://www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2024/imprime99166.htm


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