PARA MEUS ALUNOS DE TÃO POUCOS DIAS
Foram cursos diferentes, identificados pelo mesmo espírito: o da invenção e o da criação. Falei-lhes de amantes que só oferecem às suas amadas, o amor; o amor do corpo expressivo. Falei-lhes de orquídeas, enamoradas de vespas e de pássaros que cantam para o crepúsculo. Mostrei-lhes as trevas barrocas e os clarões. Como um inconsciente livre das formas do hábito. Os nossos cursos foram musicais, desde que a música seja aquilo capaz de tornar belo seja o que for. Enfim. O nosso encontro ̶ encontro de corpos ̶ pertenceu ao reino do encantamento, mostrando que a filosofia é uma linha melódica tão poderosa, que produziu em nós um acorde, digo ou melhor, repito ̶ um acordo: o dos amantes do corpo expressivo, que só oferecem um ao outro, o amor.
A filosofia é uma tarefa criativa; uma festa de delírio lógico ̶ um excesso de entendimento. Ensinei-lhes filosofia, a minha festa privada. Quebramos os relógios, e tornamos as horas intensas; fizemos do tempo uma mistura de palavras lindas; fizemos do tempo um vazio, e o percorremos como se fôssemos cavalheiros do pensamento: mais exatamente, como se fôssemos exploradores das tempestades dos mundos possíveis. Compreendemos a diferença entre forma e matéria-prima. Construímos barreiras contra a tolice, tornando o nosso agenciamento algo gentil e inesquecível.
Em qualquer momento da minha vida, sem questão, serei assolado, tocado pelas divinas cativas, as pequeninas almas que a presença de vocês deixou para mim, como meu cortejo.
Agora que nos despedimos, retomo: a criança é uma matéria-prima; é uma potência; múltiplas forças em movimento. O que com ela, a criança, temos que fazer é entendê-la. Aprender com ela, a criança, que ensinar é fazer uma viagem.
Sinceramente,
Claudio Ulpiano
Foram cursos diferentes, identificados pelo mesmo espírito: o da invenção e o da criação. Falei-lhes de amantes que só oferecem às suas amadas, o amor; o amor do corpo expressivo. Falei-lhes de orquídeas, enamoradas de vespas e de pássaros que cantam para o crepúsculo. Mostrei-lhes as trevas barrocas e os clarões. Como um inconsciente livre das formas do hábito. Os nossos cursos foram musicais, desde que a música seja aquilo capaz de tornar belo seja o que for. Enfim. O nosso encontro ̶ encontro de corpos ̶ pertenceu ao reino do encantamento, mostrando que a filosofia é uma linha melódica tão poderosa, que produziu em nós um acorde, digo ou melhor, repito ̶ um acordo: o dos amantes do corpo expressivo, que só oferecem um ao outro, o amor.
A filosofia é uma tarefa criativa; uma festa de delírio lógico ̶ um excesso de entendimento. Ensinei-lhes filosofia, a minha festa privada. Quebramos os relógios, e tornamos as horas intensas; fizemos do tempo uma mistura de palavras lindas; fizemos do tempo um vazio, e o percorremos como se fôssemos cavalheiros do pensamento: mais exatamente, como se fôssemos exploradores das tempestades dos mundos possíveis. Compreendemos a diferença entre forma e matéria-prima. Construímos barreiras contra a tolice, tornando o nosso agenciamento algo gentil e inesquecível.
Em qualquer momento da minha vida, sem questão, serei assolado, tocado pelas divinas cativas, as pequeninas almas que a presença de vocês deixou para mim, como meu cortejo.
Agora que nos despedimos, retomo: a criança é uma matéria-prima; é uma potência; múltiplas forças em movimento. O que com ela, a criança, temos que fazer é entendê-la. Aprender com ela, a criança, que ensinar é fazer uma viagem.
Sinceramente,
Claudio Ulpiano
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