terça-feira, 29 de novembro de 2016

Juízos de Existência X Juízos de Gradação

A inovação linguística: subjetificação e luta por reconhecimento A inovação linguística é consequência de aspectos mentais ligados à subjetividade dos falantes e, em última instância, ao mecanismo psicossocial denominado de luta por reconhecimento, estabelecido na filosofia moderna, sobretudo por Hegel (1893 [1992]), e desenvolvido, na atualidade, por Honneth (2003).

3. A Relevância do Presente e a noção de Subjetificação

a qual a dinâmica dos fatos do mundo biofísico, tal qual a língua os descreve, relacionando-os com o tempo, sugere uma prioridade ontológica do presente.

A expressão do sujeito da enunciação é uma proposta desenvolvida, como se sabe, por Benveniste e explorada por diversos autores, de perspectivas teóricas diferentes, sob o nome de subjetividade ou subjetificação.

Estamos pensando em fenômenos que envolvem os juízos que os falantes enunciam nos quais eles lidam com noções como intensidade, quantidade, tamanho, distância, o certo e o errado, e o belo e o feio, etc. Bem entendido, são juízos por excelência reveladores da subjetividade do falante e se prestam, sobremaneira, à inovação. Pode-se dividi-los da seguinte maneira:
a. juízos estéticos (belo / feio);
b. juízos de qualificação (grande / pequeno, perto/longe, cedo / tarde, etc.);
c. juízos de quantidade (muito / pouco);
d. juízos morais (bom / mau);
e. juízos de valor (bom / ruim).

Vou chamá-los de juízos de gradação (cf. SAPIR, 1968). Propomos também que os juízos de gradação se opõem aos juízos de existência.

A diferença central é que, nos juízos de existência, há uma pretensão de veracidade, ou falsidade, em relação ao que é dito, mas no caso dos juízos de gradação é diferente: é uma avaliação subjetiva do falante acerca do que é dito que implica gradação. Por exemplo, se um falante diz: “João mora longe pra dedéu, pra capeta ou pra caralho”, ele traz intensidade em relação à distância, mas é uma avaliação pessoal e relativa às referências do falante.

>>> nos juízos de existência, há uma pretensão de veracidade, ou falsidade, em relação ao que é dito, mas no caso dos juízos de gradação é diferente: é uma avaliação subjetiva do falante acerca do que é dito que implica gradação

( o lance é assumir que todo juízo é um juízo de gradação... a noção de "verdade" é quando se assume um referencial externo a nós mesmos... -o que é impossível-   )


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