segunda-feira, 15 de junho de 2015

Augusto de Franco - Redes Sociais - Palestra RJ 2009

Augusto de Franco - Redes Sociais

"Por que falamos tanto de redes sociais e temos dificuldade de articulá-las?"
Com esta provocação, Augusto de Franco - articulador da Escola de Redes - nos propõe pensar um paradigma horizontal de organização social e questionar as estruturas verticais de poder na formação de uma cultura verdadeiramente democrática. O vídeo registra uma palestra realizada no curso de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais da ECO/UFRJ em parceria com as Redes Comunitárias do SescRio.

Parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=bNJQlFGjYEY

Parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=F8c-4smS0cQ

Parte 3
https://www.youtube.com/watch?v=DAcOPdkSeM8

Parte 4
https://www.youtube.com/watch?v=iwfeM6VLV6o

Parte 5
https://www.youtube.com/watch?v=ye7uCYXvKj8

Parte 6
https://www.youtube.com/watch?v=rFeWR0AnvbU

Parte 7
https://www.youtube.com/watch?v=VVnySb_LP1k

Parte 8
https://www.youtube.com/watch?v=b13Bqxkvwng

Parte 9
https://www.youtube.com/watch?v=3ZTe8div3Tg


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TEXTOS DE AUGUSTO DE FRANCO

http://escoladeredes.net/group/bibliotecaaugustodefranco

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Augusto de Franco faz palestra no Rio: Como fazer para as Redes Sociais acontecerem: um desafio para os “tecelões” da Democracia


Palestra no JPPS.Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, uma realização NETCCON.UFRJ, ANDI e SESC-Rio
Segunda, 23.11.2009, das 9h30m às 13h-Entrada Gratuita!
Auditório da CPM-ECO.UFRJ, Campus da Praia Vermelha, ao lado da piscina

Como fazer para as Redes Sociais acontecerem:
um desafio para os “tecelões” da Democracia
Palestra de Augusto de Franco

“Embora a chamada ciência política ainda não tenha se dado conta da existência desse nexo conotativo entre rede social e democracia, a democratização está co-implicada no aumento da distribuição das redes sociais (e não na aposta no padrão organizativo centralizado ou multicentralizado da maioria das instituições políticas, públicas e privadas, como os partidos e os chamamos movimentos sociais, as corporações, os sindicatos, as associações ou outras formas tradicionais de arrebanhamento), o que significa enfocar e valorizar o cidadão desorganizado e conectado que compõe o imenso contingente da sociedade civil.”

Na próxima segunda, dia 23, das 9h30m às 13h, o JPPS, o curso de extensão de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais oferecido pelo NETCCON-Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência.ECO.UFRJ, em convênio com a ANDI, e em parceria de realização com o SESC-Rio e seu projeto Redes Comunitárias, tem a alegria de receber para uma conversa Augusto de Franco, um dos maiores especialistas no Brasil na relação entre Redes Sociais e Democracia. Mais informações pelo e-mail evouriques@terra.com.br e pelo cel. 21.9205.1696.

Para ele, “Para a democracia não se trata de sonhar com coisas ideais, irrealizáveis, e sim de mudar a forma como nos comportamos política e administrativamente em termos orgânicos. É bom repetir: trata-se de mudar a matriz de projetos, programas e ações governamentais e não-governamentais em todos os níveis. Tudo ou quase tudo que organizamos atualmente a partir do padrão-mainframe, pode ser reorganizado segundo um padrão-network. Quem faz netweaving faz, pois, democracia. Afinal, é necessário reconhecer que tinha razão o pioneiro das redes, Robert Muller, quando escreveu há mais de 20 anos: “conforme caminhamos para o terceiro milênio, talvez a participação em networks se torne a nova democracia, um novo elemento importante no sistema de governança, um novo modo de vida nas complexas e miraculosas condições globais do nosso estranho e maravilhoso planeta vivo, girando e circulando no universo prodigioso em uma encruzilhada de infinidade e eternidade.

“Os netweavers são os "tecelões" (para aproveitar uma expressão de Platão, no diálogo “O Político”, que poderia ter sido feliz se não se referisse ao homem régio, possuidor da ciência régia da política) e os animadores de redes voluntariamente construídas. Na verdade, eles constroem interfaces para "conversar" com a "rede-mãe". Os netweavers não são necessariamente os estudiosos das redes, os especialistas em Social Network Analysis ou os que pesquisam ou constroem conhecimento organizado sobre a morfologia e a dinâmica da sociedade-rede. Os netweavers, em geral, são políticos, não sociólogos. E políticos no sentido prático do termo, quer dizer, articuladores políticos, empreendedores políticos e não cientistas ou analistas políticos.”

Augusto de Franco nasceu em 1950, no Rio de Janeiro. Foi membro do Comitê Executivo do Conselho da Comunidade Solidária, juntamente com Ruth Cardoso e Miguel Darcy e coordenador da AED -Agência de Educação para o Desenvolvimento. Elaborou várias tecnologias de desenvolvimento, como o DLIS -Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, a Governança Solidária Local e o Pacto pela Democracia Local. É consultor da FIEP para a Rede de Participação Política do Empresariado, escritor, desenvolvedor de Nan Dai e netweaversda Escola-de-Redes. Publicou 16 livros sobre desenvolvimento, redes sociais e democracia, dentre os quais destacam-se “Capital Social”, “A Revolução do Local” e “Alfabetização Democrática”.

Leia por gentileza abaixo o terceiro capítulo da Versão Completa do artigo "5 Desafios para Reinventar a Política
do ponto de vista da sustentabilidade"..

ARTICULAR E ANIMAR REDES DISTRIBUÍDAS DE PESSOAS
Augusto de Franco

Com exceção da compulsória obediência às leis democraticamente aprovadas, qualquer tipo de centralismo, ou seja, de exigência incondicional de obediência à vontade do chefe ou de um comando colegiado, mesmo que seja à vontade de uma instância eleita, introduz um mecanismo autocrático, ainda quando se refira a questões decididas por ampla maioria. Decisões democráticas devem ser acatadas por aqueles que concordam com elas ou que, mesmo discordando do seu conteúdo ou da sua forma, admitem, entretanto, a necessidade de acatá-las em função de valores e objetivos que estimam estar em jogo, cabendo ao processo democrático ensejar a possibilidade de convencimento ou de geração de decisões as mais consensuais possíveis. Assim, nenhuma organização política de adesão voluntária que imponha, por exemplo, fidelidade aos seus membros mediante sanção ou ameaça do uso de sanção pode ser democrática, uma vez que fidelidade, na política como em qualquer outro campo da atividade humana, só é efetiva se for conquistada e consentida, jamais imposta. Via de regra o que está em jogo aqui não é o fortalecimento da democracia, mas o fortalecimento do poder (autocrático) dos chefes.

A centralização (como topologia da rede social), entretanto, vai muito além do centralismo (como procedimento político). A democratização é uma horizontalização – no sentido topológico de distribuição – das relações, enquanto que a centralização (tanto a monocentralização, quanto a descentralização, que na verdade é uma multicentralização) é uma autocratização. Em outras palavras, há uma relação intrínseca entre a forma (social) de conexão e o modo (político) de regulação de conflitos.

Embora a chamada ciência política ainda não tenha se dado conta da existência desse nexo conotativo entre rede social e democracia, a democratização está co-implicada no aumento da distribuição das redes sociais (e não na aposta no padrão organizativo centralizado ou multicentralizado da maioria das instituições políticas, públicas e privadas, como os partidos e os chamamos movimentos sociais, as corporações, os sindicatos, as associações ou outras formas tradicionais de arrebanhamento), o que significa enfocar e valorizar o cidadão desorganizado e conectado que compõe o imenso contingente da sociedade civil.

Não há como garantir que uma rede articulada voluntariamente manifestará os mesmos fenômenos que são próprios da rede social que existe em qualquer sociedade independentemente de nossos esforços organizativos (sim, o que recentemente vem sendo chamado de ‘sociedade-rede’ – e. g., Guéhenno, 1993; Castells, 1996 – se refere a qualquer sociedade, pois o que varia é a topologia e a conectividade, não o fato de ser sociedade-rede já que toda sociedade humana o é). As evidências, no entanto, mostram que, quanto mais distribuídas forem as redes que voluntariamente articulamos, mais elas conseguem se sintonizar ou se comunicar com essa rede social que existe desde que existam conexões entre pessoas, independentemente de nossos esforços organizativos (e que poderíamos chamar, como recurso explicativo, de “rede-mãe”).

As evidências mostram também que mais chances teremos de reproduzir, em redes voluntariamente construídas, os fenômenos que se manifestam na “rede-mãe” se essas redes que articulamos forem redes de pessoas (P2P ou peer-to-peer). Isto é, instituições hierárquicas conectadas entre si podem até tentar se articular em rede, mas dificilmente constituirão uma rede capaz de espelhar a “rede-mãe” – quer dizer, uma rede distribuída (P2P) – configurando-se quase sempre como estruturas conectivas com topologia descentralizada. O motivo é quase óbvio: instituições hierárquicas tendem a hierarquizar as redes de que fazem parte, que, assim, deixam de ser redes para se transformar em frentes de entidades ou em coligações de organizações tradicionais e, às vezes, em holdings.

Para a democracia não se trata de sonhar com coisas ideais, irrealizáveis, e sim de mudar a forma como nos comportamos política e administrativamente em termos orgânicos. É bom repetir: trata-se de mudar a matriz de projetos, programas e ações governamentais e não-governamentais em todos os níveis. Tudo ou quase tudo que organizamos atualmente a partir do padrão-mainframe, pode ser reorganizado segundo um padrão-network.

Quem faz netweaving faz, pois, democracia. Afinal, é necessário reconhecer que tinha razão o pioneiro das redes, Robert Muller, quando escreveu há mais de 20 anos: “conforme caminhamos para o terceiro milênio, talvez a participação em networks se torne a nova democracia, um novo elemento importante no sistema de governança, um novo modo de vida nas complexas e miraculosas condições globais do nosso estranho e maravilhoso planeta vivo, girando e circulando no universo prodigioso em uma encruzilhada de infinidade e eternidade”.

Os netweavers são os "tecelões" (para aproveitar uma expressão de Platão, no diálogo “O Político”, que poderia ter sido feliz se não se referisse ao homem régio, possuidor da ciência régia da política) e os animadores de redes voluntariamente construídas. Na verdade, eles constroem interfaces para "conversar" com a "rede-mãe". Os netweavers não são necessariamente os estudiosos das redes, os especialistas em Social Network Analysis ou os que pesquisam ou constroem conhecimento organizado sobre a morfologia e a dinâmica da sociedade-rede. Os netweavers, em geral, são políticos, não sociólogos. E políticos no sentido prático do termo, quer dizer, articuladores políticos, empreendedores políticos e não cientistas ou analistas políticos.

Nos sistemas representativos atuais os políticos, entretanto, não são netweavers e sim, exatamente, o contrário disso: eles hierarquizam o tecido social, verticalizam as relações, introduzem centralizações, obstruem os caminhos, destroem conexões, derrubam pontes (ou fecham os atalhos que ligam um cluster a outros clusters, separando uma região da rede de outras regiões), excluem nodos; enfim, introduzem toda sorte de anisotropias no espaço-tempo dos fluxos. Fazem tudo isso porque o tipo de poder com o qual lidam – o poder, em suma, de mandar alguém fazer alguma coisa contra a sua vontade – é sempre o poder de obstruir, separar e excluir. E é o poder de introduzir intermediações ampliando o comprimento da corrente, dilatando a extensão característica de caminho da rede social ou aumentando os seus graus de separação (ou seja, diminuindo a conectividade). Não é por outro motivo que os políticos tradicionais funcionam, via de regra, como despachantes de recursos públicos, privatizando continuamente capital social. Pode-se dizer que, nesse sentido, os políticos tradicionais são os anti-netweavers, na medida em que contribuem para tornar a rede social menos distribuída e mais centralizada ou descentralizada (isto é, multicentralizada).

Também não é a toa que todas as organizações políticas – mesmo no interior de regimes formalmente democráticos – têm topologia descentralizada (quer dizer, mais multicentralizada do que distribuída). Essa também é uma maneira de descrever, pelo avesso, o papel dos netweavers.

É claro que a "culpa" por esse comportamento "desenredante" não é dos políticos tradicionais individualmente. Eles são "produzidos" pelo próprio sistema político na medida em que esse sistema não está suficientemente democratizado. Em outras palavras, quanto mais democratizado estiver o sistema político mais o agente político atuará como um netweaver; e vice-versa.

Para articular e animar uma rede distribuída (netweaving) você precisa apenas conectar pessoas em torno de um propósito ou de uma causa. Por exemplo, se a sua causa for o desenvolvimento de uma localidade, você precisa apenas conectar todos os participantes de programas de desenvolvimento, governamentais ou não-governamentais, que existam na localidade. Mas a rede não deve se restringir a tais pessoas; pelo contrário: (no caso, do desenvolvimento comunitário) ela deve ser ampliada com todos aqueles que quiserem colaborar com o trabalho. Muita atenção, porém: trata-se de uma rede de pessoas, não de entidades, instituições ou organizações.

(Se você quiser ter acesso a uma metodologia simples de articulação e animação de redes – netweaving – aplicável à redes de desenvolvimento comunitário, clique no link:http://augustodefranco.locaweb.com.br/publicacoes_comments.php?id=1... ).

Demos aqui o exemplo de uma rede de desenvolvimento comunitário. Mas tudo isso vale também para redes voluntárias de participação política (como, por exemplo, a Rede de Participação Política do Empresariado, uma experiência interessante que está sendo desenvolvida no Brasil a partir de 2006 com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

As redes de participação política podem, aliás, cumprir um papel importantíssimo na reinvenção da política, em especial em países como o Brasil, onde – ao contrário do que ocorre em outros países da Europa e da América – os partidos ainda detêm o monopólio legal do fazer político. Para assumir um cargo executivo ou legislativo no nosso sistema representativo, uma pessoa deve se filiar a um partido. E, ao fazer isso, um ator isolado certamente não terá forças para contrarrestar a tendência burocrática dominante no interior dos partidos, nem terá condições de quebrar o caciquismo vigente, que transformou os partidos em verdadeiros domínios feudais dos chefes políticos.

É muito difícil transpor tal obstáculo uma vez que as regras que concentram poder no topo da pirâmide organizativa dos partidos estão amparadas por uma legislação antidemocrática (que não será mudada por qualquer reforma política feita pelos interessados em mantê-la). Assim, é praticamente impossível mudar o comportamento partidário por meio da entrada, mesmo em massa, de novos filiados nos partidos que aí estão, a menos que tais filiados estejam suficientemente organizados e capacitados para tanto. E quem fará isso?

Bom, aqui também começamos a tangenciar uma possível solução. Se quisermos potencializar uma vertente de mudança da velha política de baixo para cima é necessário articular programas mais amplos de reforma da política que conectem milhares de cidadãos em torno de uma plataforma básica de ética na política, de defesa da democracia e de promoção do desenvolvimento.

Mas tudo indica que não adianta fazer isso criando um novo partido. Diante das regras, dos procedimentos e dos padrões organizativos hoje vigentes, um novo partido logo sucumbirá à lógica dos velhos partidos, deixando-se contaminar pelo ambiente deletério reinante. É necessário, portanto, fomentar novas formas organizativas, necessariamente segundo um padrão de rede e não hierárquico-burocrático, capazes de inspirar comportamentos mais éticos, mais democráticos e mais comprometidos com o desenvolvimento humano e social sustentável e capazes de funcionar como espécies de “meta-partidos”. Pessoas vinculadas a essas redes voluntárias de participação política cidadã poderão então entrar nos partidos que existem e se candidatar a cargos diretivos internos e a cargos representativos externos. Mas só conseguirão fazê-lo se estiverem suficientemente empoderadas por articulações que estão fora do domínio dos chefes tradicionais, os quais, como sabemos, não têm qualquer interesse na mudança das concepções e das práticas políticas vigentes.

(Para entrar em contato com essa temática (ou problemática), é impossível deixar de ler, por exemplo, o livro seminal de Pierre Levy (1994): “A inteligência coletiva”; o livro de Steven Johnson (2001): “Emergência”; o livro de Manuel Castells (2001): “A galáxia da Internet”; e dois textos recentes de David de Ugarte: “11M. Redes para ganar una guerra” (2006) e “El poder de las redes” (2006). Vale a pena explorar também (e levar a sério) a metáfora “The Matrix”, não apenas assistindo a trilogia, mas lendo a coletânea: Irwin, William (org.) (2002). “Matrix: bem-vindo ao deserto do real”.)

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TEDxSP 2009 - Augusto de Franco


https://www.youtube.com/watch?v=-3bnzmykCiM




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Augusto Augusto de Franco

PUBLICAÇÕES

METODOLOGIA DO DLIS | VERSÃO 2007Augusto de Franco (02/07/07)

Esta seria a ‘Versão 2007’ da metodologia do DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável. Há mais de quatro anos, porém, a marca ‘DLIS’ não é enfatizada no Brasil. Adota-se apenas o nome genérico ‘DL’ – Desenvolvimento Local, para evitar problemas com aqueles que podem ver na sigla algum tipo de continuidade com programas elaborados e executados durante os mandatos do governo federal anterior. (Fazer o quê? Temos que ter uma paciência infinita com os que ainda estão na adolescência política). Está assim disponibilizada mais uma versão da metodologia de indução do desenvolvimento local por meio do investimento em capital social. Não é um programa proprietário. É um software livre. Pode ser usado, transferido, emprestado, vendido, modificado... Faça bom proveito.

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O DLIS hoje é mais uma espécie de “filosofia” de promoção do desenvolvimento humano e social sustentável por meio do investimento em capital social – priorizando a articulação e animação de redes sociais distribuídas (P2P) e a democratização das relações na base da sociedade e no quotidiano do cidadão – do que simplesmente uma metodologia stricto sensu.

Capital social é um recurso para o desenvolvimento aventado para explicar por que certos conjuntos humanos conseguem criar ambientes favoráveis à boa governança, à prosperidade econômica e à expansão de uma cultura cívica capaz de melhorar as suas condições de convivência social.

A metodologia do desenvolvimento local por meio do investimento em capital social se baseia na idéia de que o capital social depende, fundamentalmente, de duas coisas: das redes sociais (que ligam horizontalmente pessoas-com-pessoas, peer-to-peer, ouP2P) e da democracia (na base da sociedade e no quotidiano do cidadão).

A versão 2007 dessa metodologia compreende um conjunto de oito passos:
Primeiro Passo – Instalação da Equipe de Articulação da Rede
Segundo Passo – Articulação da Rede (Local)
Terceiro Passo – Seminário Visão de Futuro
Quarto Passo – Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e Necessidades
Quinto Passo – Elaboração do Plano (Horizonte 10 anos)
Sexto Passo – Agenda Local (1 ano)
Sétimo Passo – Pacto Local em torno da Agenda
Oitavo Passo – Realização da Agenda (começando por um Projeto Demonstrativo)

Essa metodologia está formatada para localidades com até 50 mil habitantes.


QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

1 – O que impede o desenvolvimento das localidades?
a) A falta de recursos.
b) A falta de vontade política dos governos.
c) A falta de responsabilidade dos líderes governamentais empresariais e sociais.
d) A falta de uma elite que tenha condições de desencadear um processo de indução ao desenvolvimento.
d) O fato das forças criativas e empreendedoras da sociedade local estarem em estado latente (e se essas forças não puderem ser dinamizadas, não será qualquer metodologia ou tecnologia de indução que conseguirá promover o desenvolvimento local).
e) São as obstruções na rede social que impedem o desenvolvimento, sobretudo aquelas introduzidas pelo sistema político: a centralização e a descentralização (ou multicentralização), a autocracia ou a democracia com alto grau de antagonismo (e o clima adversarial instalado na base da sociedade), o clientelismo e o assistencialismo. Em certo sentido bastaria remover tais obstáculos ao livre fluir na rede social para que começassem a brotar as iniciativas de desenvolvimento, para que o campo social começasse a se tornar empoderante dos indivíduos e para que as pessoas, coletivamente, começassem a exercer o seu protagonismo.
f) Todas as alternativas anteriores.
g) Nenhuma das alternativas anteriores.

2 – Qual o papel das “boas práticas” como incentivo ao desenvolvimento local?
a) Bons exemplos de desenvolvimento de outras localidades, cumprem, por certo, um papel animador, mostram que é possível superar os obstáculos e são capazes de contagiar as pessoas, favorecendo sua mobilização em prol do desenvolvimento da sua localidade.
b) Bons exemplos de desenvolvimento de uma localidade, em geral não servem como modelo de desenvolvimento para outras localidades, pois cada desenvolvimento local é único nas suas características e no seu processo de indução.
c) As chamadas “boas práticas” são, em boa parte, “flores de estufa”: uma maravilha... na estufa! Quando a gente sai do ambiente cuidadosamente preparado para que floresçam, elas costumam fenecer.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

3 – Ainda sobre as boas-práticas (“best practices”):
a) Muitos agentes indutores do desenvolvimento querem interferir o máximo que podem na vida das localidades, aplicando a sua receita de como as pessoas devem caminhar para se desenvolver. Assim, quando encontram uma coletividade capaz de seguir o seu receituário metodológico, ficam tão felizes que resolvem promover aquela experiência à condição de uma “best practice” (dando a impressão de que, na verdade, eles querem premiar mais a si mesmos, do que à sociedade-cobaia dos seus experimentos).
b) Trata-se de um mito. Não existem as tais boas-práticas, não, pelo menos, com o sentido que em geral se atribui à expressão: o de resultado da aplicação de uma correta metodologia, pois toda experiência de desenvolvimento local é única, em geral intransferível, quase nunca replicável.
c) Todas as práticas de desenvolvimento local são boas, desde que contem com o essencial: articulem e animem redes sociais e favoreçam a democracia na base da sociedade, no quotidiano do cidadão. Rede e democracia: para quem quer promover o desenvolvimento por meio do investimento em capital social, aqui se resume tudo!
d) Todas as alternativas anteriores.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

4 – A alternativa (c) da questão anterior (3) afirma que para quem quer promover o desenvolvimento por meio do investimento em capital social, tudo se resume à rede e democracia. O que significa isso?
a) Essa é uma afirmativa inconsistente que, a princípio, não significa nada em termos de desenvolvimento, pois os fatores principais do desenvolvimento não são ‘rede e democracia’ e sim a disponibilidade de capitais: stricto sensu, como o capital físico e o capital financeiro; e latu sensu, como o capital natural, o capital humano e o capital social.
b) Significa que os indicadores de desenvolvimento que de fato contam são os seguintes: 1) REDE, significando “netweaving”: mais conexões, menor extensão característica de caminho, menor comprimento de corrente, menor grau de separação, mais topologia distribuída; e 2) DEMOCRACIA, significando: mais participação voluntária dos cidadãos, mais parcerias e negócios, menos oferta pronta de programas que vêm do alto, mais cooperação e menos disputa, quer dizer, menos clima adversarial, menos assembleísmo e reivindicacionismo e mais pro-ativismo.
c) Significa que todas as experiências de desenvolvimento local que ajudam a tecer redes sociais e envolvem a participação democrática da sociedade (sobretudo aquela participação típica do voluntariado) constituem boas-práticas.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5 – Como deveríamos avaliar o trabalho de indução do desenvolvimento local?
a) Construindo indicadores capazes de revelar o impacto (ou a efetividade) das ações resultantes desse processo em termos de melhoria das condições de vida da população.
b) Em relação à alternativa anterior (a), não basta verificar a melhoria das condições de vida da população, sendo necessário verificar também a melhoria das suas condições de convivência social.
c) Montando complexos sistemas de monitoramento e avaliação de desempenho e impacto dos programas de indução do desenvolvimento local.
d) Bastaria medir o número de parcerias em ações em prol de objetivos comuns e medir o número de voluntários envolvidos nessas ações.
e) Nenhuma das anteriores.

6 – Como saber qual é a melhor metodologia de indução do desenvolvimento local?
a) Observando o benchmarking (a busca pelas melhores práticas que conduzem à maximização da performance das metodologias disponíveis no mercado).
b) Toda metodologia é boa, desde que favoreça as redes e a democracia.
c) As metodologias são boas quando pudermos nos desfazer delas; ou, em outras palavras, são tão boas quanto mais fácil for aposentá-las ou descartá-las.
d) Não existe metodologia capaz de produzir um “milagre”, independentemente do milagre do desenvolvimento local, que é sempre o milagre da afirmação de uma nova identidade no mundo por meio da emergência, da irrupção espontânea de uma nova ordem de baixo para cima a partir da cooperação (e esse é o coração da idéia de capital social).
d) Nenhuma das anteriores.

7 – Qual o papel principal das metodologias de indução ao desenvolvimento local?
a) Oferecer um guia ou um roteiro de ações para desencadear o processo endógeno de desenvolvimento local.
b) Propiciar uma comunicação com a rede social que existe em cada localidade independentemente de nossos esforços organizativos, favorecendo a eclosão de fenômenos sociais que não podemos inventar ou introduzir a partir de uma intervenção de cima para baixo.
c) Ser um programa aberto que permita modificações, pois que toda metodologia deve ser recriada quando aplicada; ou, em outras palavras, nunca uma metodologia é aplicada do mesmo jeito em duas localidades.
d) O papel da metodologia não é o de aprisionar a sociedade local num esquema – uma seqüência de passos ou estações no caminho ou um conjunto de novas instituições ou normas – e sim o de libertá-la daqueles esquemas e daquelas rotinas e daquelas normas que estavam impedindo que ela caminhasse para onde quisesse.
d) Todas as alternativas anteriores.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

8 – Quais são os resultados imediatos e concretos do processo de indução ao desenvolvimento?
a) É possível que mudanças significativas em termos de boa governança e prosperidade econômica – os dois resultados mais visíveis e desejados do desenvolvimento – aconteçam logo, antes mesmo do que esperavam os que aplicaram a metodologia de indução do desenvolvimento local. (Ou, ainda, talvez surjam mudanças menores e setoriais, porém carregadas de forte conteúdo simbólico. Uma pequena cidade, cuja paisagem urbana parece desolada, de repente resolve plantar uma árvore para cada criança que nasce e apenas esse gesto, tão simples num primeiro momento, é capaz de animar e expressar uma mudança na auto-estima e na compreensão da necessidade de construir um novo ambiente favorável às mudanças sociais na direção do desenvolvimento sustentável. Quem sabe?)
b) Não existe um resultado concreto imediato em termos do tempo da indução metodológica ou do tempo da instituição que promoveu a aplicação de determinada metodologia: todos os resultados ocorrem no tempo da sociedade real, quer dizer, daquela rede social que existe na localidade.
c) Em geral, o resultado do esforço de indução do desenvolvimento não pode ser diretamente relacionado com o processo de indução (se puder, temos um problema; ‘os verdadeiros barcos balançam’, de forma imprevisível pelos seus construtores).
d) O objetivo da indução do desenvolvimento local é ensejar a construção de uma comunidade de projeto. Libertada da metodologia, uma comunidade de projeto caminhará para onde bem entender e fará o que bem entender, no seu tempo próprio.
e) Se houve aumento da conectividade da rede social e se houve incremento na participação democrática dos cidadãos, então algo de muito, muito profundo aconteceu e certamente dará frutos, talvez não aqueles que imaginavam as instituições que aplicaram a metodologia de indução do desenvolvimento local e nem no tempo que queriam (e talvez esses frutos só apareçam na próxima geração; ou quando um grupo de jovens que participou das atividades começar a assumir determinadas funções públicas ou privadas naquela sociedade; quem sabe o que acontecerá?).
f) Nenhuma das alternativas anteriores.

9 – Como (e quando) saber o que acontecerá em um processo de indução do desenvolvimento local?
a) A rigor não sabemos, ninguém sabe o que pode acontecer em uma comunidade onde lideranças resolveram se dedicar a induzir o desenvolvimento.
b) Não podemos saber porque não existe receita (não existe uma fórmula aplicável a várias situações).
c) Localidades consideradas desenvolvidas não viraram o que são da noite para o dia: levaram pelo menos uma geração percorrendo o caminho e só o percorreram a contento porquanto existiram pessoas, em tais localidades, que se sentiram empoderadas (pela rede social) o suficiente para ousar, para inventar, para inovar, para sonhar e correr atrás dos próprios sonhos, para arriscar, enfim, para empreender).
d) Em geral os lugares que se tornaram famosos por terem dado um sobrepasso, um salto notável no seu processo de desenvolvimento, são aqueles que não ficaram dependendo de governos paternalistas, nem de outras instituições que quiseram adotá-las. Foram em frente, acertando e errando – mais errando do que acertando, por incrível que pareça – mas, sobretudo, aprendendo com seus erros. Se não deixássemos as comunidades de projeto que se formaram nessas localidades aprender por si mesmas, se quiséssemos protegê-las de seus erros, certamente elas não teriam se desenvolvido; ou, pelo menos, não teriam conseguido se fazer reconhecidas em virtude da “fórmula”, inédita, que descobriram por si e para si.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.


Primeiro Passo – Instalação da Equipe de Articulação da Rede

A Equipe de Articulação da Rede será a Coordenação do Projeto na localidade escolhida.

Essa Coordenação deve contar com voluntários que moram ou trabalham na localidade escolhida. É importante que dela participem membros do governo local, da iniciativa privada e das organizações da sociedade.

A Equipe de Articulação da Rede (a Coordenação do Projeto) deverá contar, no mínimo, com três pessoas. O ideal é que consiga reunir umas 8 a 11 pessoas. Durante a implantação do projeto essa equipe poderá ser ampliada de sorte a reunir umas 20 pessoas.

A Coordenação do Projeto deverá ser capacitada na presente metodologia de indução do desenvolvimento local.


QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

10 – A metodologia recomenda que a Equipe de Articulação, em cada localidade, deva contar com voluntários que moram e trabalham na localidade escolhida. Por que?
a) Porque em geral faltam recursos para contratar técnicos capazes de coordenar tal projeto.
b) Porque se não existir, na localidade, gente disposta a cumprir voluntariamente tal função, então é sinal de que dificilmente será possível aplicar o projeto na localidade escolhida.
c) Porque a indução do desenvolvimento local precisa da “energia” do voluntariado, que é de qualidade diferente daquela que podemos obter com o trabalho que é feito em troca de remuneração.
d) Na verdade, a metodologia do desenvolvimento local não recomenda que não possa haver gente remunerada e sim que deve existir gente da própria localidade interessada a tal ponto no trabalho que se disponha a participar voluntariamente.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

11 – A metodologia recomenda que participem da Equipe de Articulação da Rede, em cada localidade, membros do governo local, da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil. Qual a razão para essa recomendação?
a) Juntar as forças de todos os setores, aumentando as chances de sucesso do projeto.
b) Facilitar o acesso às esferas de decisão política (governo) e aos recursos (que poderão ser aportados pelos empresários).
c) Promover sinergias entre três tipos diferentes de agenciamento (o Estado, ou primeiro setor; o mercado, ou segundo setor; e a sociedade civil, ou terceiro setor), multiplicando com isso a capacidade dessas esferas da realidade social de promover o desenvolvimento.
d) Integrar modos-de-fazer e competências diferentes, potencializando a capacidade de indução do desenvolvimento.
e) Todas as alternativas anteriores.
f) Nenhuma das alternativas anteriores.

12 – Qual é o objetivo principal da capacitação da Equipe de Articulação da Rede)?
a) Possibilitar que seus membros sejam capazes de aplicar corretamente a metodologia.
b) Possibilitar que seus membros sejam capazes de adaptar a metodologia às condições particulares da localidade escolhida (recriando ou estabelecendo novas seqüências de passos se necessário).
c) Sensibilizar os participantes sobre a importância do desenvolvimento local.
d) Possibilitar que seus membros compreendam os fundamentos do desenvolvimento local.
e) Formar verdadeiros agentes de desenvolvimento.
e) Todas as alternativas anteriores.
f) Nenhuma das alternativas anteriores.

13 – Qual é o papel principal dos agentes de desenvolvimento?
a) Aplicar corretamente a metodologia de indução do desenvolvimento local.
b) Orientar a comunidade num rumo certo, ensinando-a a percorrer o caminho que a levará ao seu desenvolvimento.
c) Deixar a comunidade caminhar (e caminhar com ela) ou, em outras palavras - deixar que ela possa aprender (e aprender com ela).
d) Fazer tudo o que estiver ao seu alcance para trazer recursos para a comunidade e para promover o seu desenvolvimento.
e) Contribuir para desamarrar as forças criativas e empreendedoras que estão presentes em qualquer sociedade (pois são essas forças que podem promover o desenvolvimento endógeno).
f) Nenhuma das alternativas anteriores.


Segundo Passo – Articulação da Rede (Local)

A Rede (Local) também pode ser chamada de Rede do Desenvolvimento Comunitário. Ela deve buscar conectar todos os participantes de programas de desenvolvimento, governamentais ou não-governamentais, que existam na localidade. Mas não deve se restringir a tais pessoas; pelo contrário: deve ser ampliada com todos aqueles que quiserem colaborar com o trabalho.

Atenção: trata-se de uma rede de pessoas, não de entidades, instituições ou organizações.

Deve-se buscar conectar um número mínimo de pessoas em cada localidade: este número corresponde a 1% das pessoas da localidade. Assim, se a localidade escolhida for um município de 40 mil habitantes, a rede deve contar com 400 participantes conectados; se for um bairro com 5 mil habitantes, a rede deve ter 50 participantes conectados, no mínimo. Não se conseguirá atingir essa meta de uma vez. A identificação e a conexão das lideranças de cada localidade é uma tarefa contínua. No entanto, não é necessário conectar todas as pessoas para começar a implantar o projeto.

Dentro desse número mínimo devem estar os hubs, os inovadores e os netweavers. Isso exige um levantamento prévio de quem são as pessoas que devem ser procuradas.

Para começar a conectar as lideranças em cada localidade a Equipe de Articulação da Rede deve fazer um plano de trabalho que compreende:

1 – A identificação das lideranças governamentais, empresariais e da sociedade civil (considerando todo o universo de possíveis atores-parceiros: associações representativas; clubes de serviço; conselhos de políticas públicas; empresas; escolas e universidades; fóruns e agências de desenvolvimento; instituições religiosas; juízes e promotores; governo e parlamento, meios de comunicação; ONGs, fundações, institutos, centros de estudo e pesquisa; sindicatos; e, sobretudo, cidadãos que se dedicam ao trabalho voluntário). É importante não esquecer que essas instituições devem ser listadas para que se possa ter acesso às pessoas que delas participam.

2 – Visitas pessoais a essas lideranças com a distribuição do folder do projeto e de outros materiais de divulgação.

3 – Convites para participar de atividades do projeto na localidade.

4 – A obtenção da adesão voluntária, porém formal, de cada liderança, à Rede do Desenvolvimento Comunitário da localidade, com o preenchimento de um cadastro, com endereço completo para futuras visitas e para envio de correspondência e e-mails).

Articular a Rede (Local) não é só a primeira, senão a principal tarefa da Equipe de Articulação. Trata-se de um trabalho árduo de identificação das principais lideranças governamentais, empresariais e da sociedade civil em cada localidade e, depois, de sedução dessas lideranças para que venham a participar da Rede, a qual deverá ser continuamente animada e informada do andamento do processo, capacitada e chamada a participar das ações que serão realizadas. Se esse trabalho não for bem feito, as Equipes de Articulação correm o risco de ficar isoladas da população, perdendo a capacidade de disseminar o projeto e contagiar a população.


ORIENTAÇÕES PARA A ANIMAÇÃO DAS REDES (LOCAIS)

A rede é o meio, o ambiente - não produz efeitos por si mesma, independentemente dos estímulos que recebe. Seu papel é amplificar os estímulos e, em certo sentido, transformá-los ao recombiná-los em inúmeras variações, reverberando, pulsando, para estabelecer uma regulação emergente.

Sendo assim, é necessário animar a rede, provocá-la, abastecê-la com estímulos que ensejem a sua atuação regulatória, dando pretexto, aos seus nodos, para estabelecer novos caminhos, novas conexões, por onde trafegarão novas mensagens.

Isso significa que, se quisermos articular uma rede e induzir a sua expansão, temos que ter uma pauta de ações regulares de animação da rede. Essas ações - e isso é, sem dúvida, o mais importante - devem ser sistemáticas, repetitivas, iteradas (de 'iteração', a repetição ad nauseam de uma mesma operação). Além disso, é necessário fornecer "finalidades iniciais" (a expressão, conquanto aparentemente contraditória, quer dizer que as pessoas devem se mobilizar na rede em torno de um propósito declarado, que elas sejam capazes de entender, mas que não será, provavelmente, o resultado que obterão; ou seja, as "finalidades finais" serão construídas pela dinâmica da rede).

Para a Rede (Local) qualquer pauta de animação deverá traduzir, em indicações pedagógicas, as seguintes orientações derivadas do conhecimento que já se tem sobre a estrutura e a dinâmica das redes:

1 – Os membros da Equipe de Articulação devem dizer abertamente que o Projeto precisa de um número mínimo de voluntários conectados para acontecer, para poder funcionar. E que, quanto mais pessoas forem conectadas, mais sucesso a iniciativa terá, mais "forte" ela ficará. Esse número mínimo deve ser estabelecido em cada localidade, não podendo ser menor do que 1% da população da localidade.

2 - Os conectados devem receber regularmente uma mensagem da Equipe de Articulação. O importante é a regularidade, que não deve ser quebrada. Também é importante que essa mensagem, na forma de um boletim ou comunicado seja personalizado, dirigido sempre a uma pessoa, com nome e sobrenome - e, se possível, com o nome da pessoa que enviou. É desejável que esse boletim ou comunicado seja impresso (ou duplicado por copiadora) para que possa ser entregue de mão-em-mão, estimulando a conexão P2P. O boletim ou comunicado da Equipe de Articulação conterá notícias sobre o que está acontecendo, os próximos eventos, os avanços na expansão da Rede etc.

3 - O telefone (e o "torpedo" celular) devem ser usados sistematicamente para a comunicação na Rede. As pessoas conectadas devem receber ligações telefônicas dos membros da Equipe de Articulação, quando menos para bater-papo ou para perguntar como vai passando, o que está pensando sobre algum assunto, para convidar para uma festa, para um evento... Sim, é isso mesmo: conexão é relacionamento. Articular e animar a Rede é aumentar os relacionamentos entre as pessoas! Pelo menos um telefonema semanal é desejável: "Olá, como vai? Eu vou indo e você? Tudo bem?" Na rede estamos fazendo novos amigos, no sentido da "amizade política".

4 - Para os que têm acesso à Internet, um site ou blog da Rede (Local) será um ótimo instrumento, desde que seja atualizado regularmente (o ideal seria diariamente), com informações sobre o andamento do projeto, notícias e artigos.

5 - A conexão de novas pessoas à Rede é uma forma de animação da rede. Para tanto, deve ser reproduzido um formulário do Termo de Conexão (com uma explicação do que se trata no verso ou a chamada 'Carta de Princípios') em cada localidade, em grande quantidade. Cada membro já conectado à rede deve receber uma quantidade de folhetos do projeto, juntamente com formulários de conexão à rede. Sua tarefa inicial é conectar - pessoalmente - mais um número de pessoas (a ser definido pela Equipe de Articulação), entregando a cada uma o material e efetivando sua formalmente sua conexão.

6 – A Equipe de Articulação deve ser ampliada com mais algumas pessoas (o ideal seria umas vinte pessoas) para dividir o trabalho de animação da rede na localidade e de implantação do projeto, promovendo encontros semanais e outros eventos, inclusive festivos.

7 - Deve-se promover uma capacitação sobre redes para os potenciais animadores (netweavers) que surgirem nas localidades.


ORIENTAÇÕES IMPORTANTES PARA NETWEAVING

1 - Ter sempre campanhas e metas | As campanhas podem ser propostas em torno de alguma ação coletiva que deverá ser realizada. Então, tendo o objetivo claro (a "finalidade inicial"), será possível conectar mais pessoas na rede para atingir tal objetivo. Deve-se estabelecer uma meta quantificável como, por exemplo, a de que precisamos chegar a 'N' conectados na rede em cada região para ter uma boa difusão da campanha.

2 - Ter sempre devolução ou retorno | Qualquer ação coletiva proposta à rede e realizada por ela deve ser registrada e a informação deve ser devolvida à rede. Esse deve ser um processo permanente, recorrente, sistemático. O ideal é que os participantes conectados à rede recebam semanalmente alguma mensagem, como já foi dito acima. Os intervalos devem ser regulares e não deve haver falha nessa regularidade: 'Guta Cavat Lapidem' (“água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”) é o lema aqui.

3 - Estimular sempre a conexão P2P | A rede deve ser usada para divulgar as informações. Cada conectado à rede deve ser um nodo e um elo de ligação, simultaneamente um centro de recebimento e de difusão. Portanto, ao invés de distribuir massivamente um produto qualquer - um documento, uma cartilha, um jornal - é necessário estimular a replicação "por dentro" da rede. É necessário que as pessoas já conectadas à rede recebam vários exemplares de um material para distribuir para outras pessoas, da rede ou não (aproveitando a oportunidade para fazer novas conexões).

4 - A articulação da rede é permanente | A rede é uma estrutura móvel e não fixa. Isso quer dizer que, a cada instante, o mapa da rede, o seu "retrato", será diferente (o que se chamava de "instantâneo"). Muitas pessoas sairão (ou se afastarão, enfraquecendo sua conexão) enquanto que outras pessoas entrarão. Nada disso pode ser julgado como sucesso ou fracasso da articulação da rede. A rede é assim mesmo: não é apenas uma estrutura no espaço, mas também uma arquitetura no tempo. O 'território' da rede é um campo (no sentido em que as ciências físicas empregam o termo, como campo eletromagnético, campo gravitacional), um espaço-tempo de fluxos. Portanto, o esforço de articular a rede não cessa jamais. Novas conexões deverão estar sendo feitas permanentemente, usando pretextos diversos e motivos os mais variados.

5 - A rede é supreendente | Como disse Heráclito de Éfeso, que falava sobre fluxos: "Espere o inesperado ou você não o encontrará". Não adianta articular uma rede como uma forma instrumental de controle e condução das pessoas, para levá-las a cumprir uma tarefa que desejamos. A rede não é uma forma de organização adequada para tal. Se for este o caso, é melhor organizar "células" ou "núcleos" sob nossa direção (mas neste caso se tratará, obviamente, de hierarquia e não de rede propriamente dita, quer dizer, de rede distribuída). Só deveremos articular redes se estivermos dispostos a ser surpreendidos com inovações, com a realização de coisas que não imaginamos e nem desejamos de antemão; com inovações que podem, inclusive, modificar as nossas intenções originais.

6 - A rede não é uma rede de pescar | A rede não pode ser usada com sucesso para “pegar peixinhos”, para recrutar pessoas para uma organização vertical, montada segundo um processo top down. A rede produz, sim, organização, mas em um processo bottom up, gerando ordem espontaneamente a partir da cooperação. Se quisermos usar a rede instrumentalmente para recrutar militantes, poderemos até ter um aparente sucesso ao conseguir inchar uma organização urdida segundo padrões tradicionais, chamada, neste caso (impropriamente) de "rede", mas não conseguiremos constelar condições para que os fenômenos próprios da rede se precipitem. Quem organiza militantes, conta apenas com aquele contingente que organizou, cuja força é necessariamente limitada; quem articula redes, pode vir a contar com forças insuspeitadas, com mudanças súbitas de comportamento, como o swarming, por exemplo.


QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

14 – Qual a necessidade de montar uma rede de pessoas para implementar um projeto de desenvolvimento local?
a) A rigor essa necessidade não existe. Trata-se, apenas, de uma escolha metodológica.
b) Trata-se, sim, de uma escolha metodológica, mas, uma vez escolhida uma metodologia de indução do desenvolvimento local baseada no investimento em capital social, articular e animar redes sociais – como sujeitos do processo de desenvolvimento – passa a ser uma necessidade (na medida em que capital social é a mesma coisa que rede social).
c) Existem fundadas evidências de que se o sujeito do processo de desenvolvimento não está suficientemente enraizado, capilarizado, na sociedade local, torna-se muito difícil implementar projetos de desenvolvimento local que contem com uma participação significativa da população (e as redes sociais viabilizam esse enraizamento ou essa capilaridade).
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

15 – Por que as redes propostas pela metodologia devem ser redes de pessoas e não de instituições (entidades ou organizações, como conselhos, órgãos públicos, empresas, associações, ONGs, fóruns e agências de desenvolvimento)?
a) Não há qualquer razão substantiva para tanto: trata-se apenas de uma escolha metodológica.
b) Pois é. Trata-se de um problema da metodologia escolhida, pois desconhece a organização já existente da sociedade local, passando por cima dessas mediações orgânicas e dessas formas de sociabilidade institucionalizadas e, assim, enfraquecendo ao invés de fortalecer o processo de indução do desenvolvimento local.
c) Porque redes sociais propriamente ditas são sempre redes de pessoas (ou redes de redes de pessoas, o que é a mesma coisa). Organizações hierárquicas conectadas em rede causam anisotropias no espaço-tempo dos fluxos, introduzindo dinâmicas e alterações morfológicas que dificultam o livre trânsito de mensagens e filtram ou obstruem mensagens de acordo com os desideratos impostos por seus propósitos particulares ou pelos procedimentos decorrentes e de suas “lógicas” organizativas.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

16 – Qual a necessidade de conectar pelo menos 1% das pessoas de uma localidade na Rede do Desenvolvimento Comunitário?
a) A rigor tal necessidade não existe. Trata-se, apenas, de uma definição metodológica arbitrária.
b) Trata-se de uma recomendação para evitar o conhecido isolamento das coordenações de projetos do restante da população, fenômeno muito comum nos processos de indução ao desenvolvimento local.
c) Existem evidências de que, dentro de certos limites (para localidades com menos de 50 mil habitantes) e sob determinadas condições (dadas pela presença dos hubs, dos inovadores e dos netweavers), 1% das pessoas conectadas em uma rede P2P reduzem drasticamente a extensão característica de caminho da sociedade local (ou seja, diminuem os graus de separação, ensejando que um nodo da rede possa chegar a outro nodo qualquer com apenas um grau de intermediação; em outras palavras, dentro dos limites considerados, 1% das pessoas de uma localidade, conectadas em rede, têm acesso praticamente imediato aos restantes 99%).
d) As evidências mencionadas na alternativa (c), acima, não são suficientes para assegurar que o fenômeno cogitado venha necessariamente a acontecer.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

17 – Em relação à questão anterior (16), por que se afirma que é necessário que os hubs, os inovadores e os netweavers estejam conectados na Rede do Desenvolvimento Comunitário para que o fenômeno de diminuição do tamanho (social) do mundo (‘Small World’) aconteça?
a) Porque, do ponto de vista das redes sociais, as pessoas mais importantes não são as mais famosas, não são os ícones da mídia, nem os colecionadores de diplomas e títulos conferidos pelas burocracias sacerdotais do conhecimento e sim os hubs, os inovadores e os netweavers.
b) Porque os hubs são os nodos da rede social muito conectados, os entroncamentos de fluxos. Um hub não é necessariamente alguém com grande popularidade ou notoriedade e sim alguém com muitas relações, que pode acessar – e ser acessado por – outros nodos com baixo grau de separação.
c) Porque em geral as pessoas confiam nos hubs.
d) Porque os inovadores emitem mensagens na rede que acabam produzindo mudanças de comportamento dos agentes (considerando a rede social como um sistema de agentes).
e) Porque os netweavers são animadores de redes, articuladores e empreendedores de uma nova política, de baixo para cima.
f) Todas as alternativas anteriores.
g) Nenhuma das alternativas anteriores.

18 – Qual a importância da participação dos políticos tradicionais nas redes de desenvolvimento comunitário?
a) É imprescindível que eles participem, pois senão as ações propostas não conseguirão o apoio necessário para se efetivar e o projeto pode fracassar.
b) É bom que eles participem, mas não é imprescindível.
c) É bom que eles participem, no entanto deve-se tomar cuidado para que eles não atrapalhem o funcionamento da rede, não queiram controlá-la ou utilizá-la instrumentalmente para se promover.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

19 – Se você marcou a alternativa (c) na questão anterior (18), como você explicaria esse comportamento dos políticos tradicionais?
a) Isso acontece porque os políticos tradicionais não são netweavers e sim, exatamente, o contrário disso: eles hierarquizam o tecido social, verticalizam as relações, introduzem centralizações, obstruem os caminhos, destroem conexões, derrubam pontes (ou fecham os atalhos que ligam um cluster a outros clusters, separando uma região da rede de outras regiões), excluem nodos; enfim, introduzem toda sorte de anisotropias no espaço-tempo dos fluxos.
b) Os políticos tradicionais se comportam assim porque o tipo de poder com o qual lidam – o poder, em suma, de mandar alguém fazer alguma coisa contra a sua vontade – é sempre o poder de obstruir, separar e excluir. E é o poder de introduzir intermediações ampliando o comprimento da corrente, dilatando a extensão característica de caminho da rede social ou aumentando os seus graus de separação (ou seja, diminuindo a conectividade).
c) Porque os políticos tradicionais funcionam, via de regra, como despachantes de recursos públicos, privatizando continuamente capital social.
d) Porque os políticos tradicionais são, em geral, anti-netweavers, na medida em que contribuem para tornar a rede social menos distribuída e mais centralizada ou descentralizada (isto é, multicentralizada).
e) Isso acontece porque todas as organizações políticas – mesmo no interior de regimes formalmente democráticos – têm topologia descentralizada (ou mais multicentralizada do que distribuída).
f) Na verdade, a “culpa” por esse comportamento “desenredante” não é dos políticos tradicionais individualmente. Eles são “produzidos” pelo próprio sistema político na medida em que esse sistema não está democratizado. Em outras palavras, quanto mais democratizado estiver o sistema político mais o agente político atuará como um netweaver; e vice-versa.
g) Todas as alternativas anteriores.
h) Nenhuma das alternativas anteriores.

20 – Por que motivo(s) as pessoas convidadas a se conectar na Rede do Desenvolvimento Comunitário aceitarão o convite, se não vão ser remuneradas para tanto, não adquirirão mais poder e não alcançarão o sucesso em termos individuais?
a) Porque muitas pessoas compreenderão que melhorando as condições de convivência social da localidade onde vivem ou trabalham, melhorarão também as suas condições de vida e as das suas famílias.
b) Porque o ser humano é recompensado emocionalmente quando coopera.
c) Porque as pessoas sentem (ou intuem de alguma forma), que seu sucesso tem a ver com uma vida plenamente realizada no encontro com os semelhantes (sem o que – presumem – não podem consumar a sua humanidade).
d) Porque a sociedade está mudando e o cidadão está emergindo como ator de uma maneira que antes não seria possível: o indivíduo que se transforma no cidadão conectado de uma sociedade civil que não mais se organiza apenas a partir de esquemas verticais de representação, está submetido a um novo fluxo de informações e conhecimentos – ele mesmo é um entroncamento, uma encruzilhada-nodo desses fluxos – mais velozes e densos do que jamais foi possível.
e) Porque estamos em transição para um outro tipo de sociedade civil, composta por cidadãos mais independentes e autônomos, que participam como indivíduos do debate público e de iniciativas cidadãs voluntárias.
f) Porque o cidadão que assume um papel de maior protagonismo na nova sociedade civil que está emergindo não é o clássico indivíduo do liberalismo – que se move fazendo escolhas racionais para maximizar a satisfação de seus interesses materiais egoístas – e sim o novo cidadão conectado a múltiplas redes sociais e que, não raro, participa de novas comunidades de prática, de aprendizagem e de projeto.
g) Todas as alternativas anteriores.
h) Nenhuma das alternativas anteriores.

21 – Não há o risco de que alguém controle as Redes de Desenvolvimento Comunitário?
a) Não há esse risco.
b) Sim, os que já controlam as organizações sociais tradicionais provavelmente também acabarão controlando, a partir do seu poder, da sua riqueza ou do seu maior conhecimento, as redes sociais.
c) Sim, mas a rede é uma oportunidade ótima para quebrar o poder das burocracias que controlam as organizações tradicionais.
d) Sim, há esse risco, por parte do velho sistema político que, em virtude da sua natureza de mainframe, confere aos que se postam nos seus múltiplos centros ou filtros, o poder de obstruir, separar e excluir (alterando a morfologia e a dinâmica da rede).
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

22 – Afinal, qual a razão política para apostarmos nas redes?
a) O esforço de contribuir para a emergência de uma nova política, por meio da democratização (ou seja, de mais-democracia) está coimplicado no esforço de aumentar o grau de distribuição das redes sociais (e não na aposta no padrão organizativo centralizado ou multicentralizado dos chamamos movimentos sociais, corporações, sindicatos, associações ou outras formas tradicionais de arrebanhamento), o que significa enfocar e valorizar o cidadão desorganizado e conectado que compõe o imenso contingente da nova sociedade civil emergente neste dealbar do século 21.
b) Trata-se de abrir mão de replicar formas organizativas piramidais, verticais, baseadas no fluxo comando-execução. Ou seja, ao invés de engordar a velha burocracia corporativo-partidária e a nova burocracia associacionista (das ONGs, inclusive), apostar nas redes de pessoas, que conectem os tais 'cidadãos-desorganizados', uns com os outros, em prol de objetivos comuns, expandindo uma nova esfera pública não-estatal. Trata-se de mostrar, na prática, que o cidadão pode, sim, fazer política pública; que a sociedade pode tomar iniciativas coletivas, aumentando o seu protagonismo e o seu empreendedorismo.
c) Não há uma razão política prática para isso, pois, na verdade, ainda não é possível articular redes sociais que conectem pessoas com pessoas horizontalmente.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

23 – É possível realmente articular e manter em funcionamentos verdadeiras redes sociais P2P?
a) Ainda não. Nas circunstâncias do mundo atual o arcabouço institucional e jurídico-político inviabiliza a construção de verdadeiras redes horizontais de pessoas (sempre haverá alguém controlando tudo, a partir de um ou de vários centros).
b) Sim, já é possível mudar a forma como nos comportamos política e administrativamente em termos orgânicos: basta mudar a matriz de projetos, programas e ações governamentais e não-governamentais em todos os níveis. Tudo ou quase tudo que organizamos atualmente a partir do padrão-mainframe, pode ser reorganizado segundo um padrão-network, desde um programa de alfabetização de jovens até uma organização política.
c) Nenhuma das alternativas anteriores.


Terceiro Passo – Seminário Visão de Futuro

A segunda tarefa da Equipe de Articulação – que atua como Coordenação do Projeto – é realizar o Seminário Visão de Futuro. Esse seminário deverá ser feito em no mínimo 8 horas de trabalho em uma oficina especialmente dedicada ao assunto.

Nessa oficina, usando métodos participativos já largamente testados em iniciativas de desenvolvimento local, os participantes serão estimulados a sonhar um futuro desejado para a localidade tendo como horizonte estratégico o prazo de 10 anos.

É a partir desse seminário que será plantada a semente de uma comunidade de projeto em cada localidade. Uma vez elaborada participativamente uma visão de futuro coletiva pela Equipe de Articulação em cada localidade, esse sonho de futuro será compartilhado com a Rede do Desenvolvimento Comunitário respectiva para ser validado.

É aconselhável que esse trabalho seja feito pela Equipe de Articulação ampliada com a participação de mais pessoas já conectadas à rede (umas vinte pessoas é um bom número).

Em termos de planejamento o futuro vem antes do presente e a análise da situação presente é condicionada pela visão de futuro – filtramos a realidade a partir das nossas expectativas e, assim, pelo menos em parte, vemos o que queremos ver. Para realizar este terceiro passo, devemos usar atividades que estimulem trazer à tona os sonhos individuais e, depois, a construção coletiva do futuro, do sonho coletivo.


ORIENTAÇÕES PARA O SEMINÁRIO DE VISÃO DE FUTURO

Momento 1 – Peça que cada participante faça o seguinte exercício: “Em 10 anos a sua localidade será o lugar mais desenvolvido do mundo, o melhor lugar do mundo para se viver. Descreva como ela será”.

Momento 2 – Divida os participantes em grupos de 5 pessoas e peça que cada grupo realize o seguinte exercício: “A localidade deste grupo de pessoas será o lugar mais desenvolvido do mundo, o melhor lugar do mundo para se viver daqui a 10 anos. Como ela será?”

Cada grupo constrói uma cidade que é uma síntese dos sonhos individuais. É importante não excluir sonhos. O resultado de cada grupo deve ser descrito de maneira que os demais grupos possam visualizar esse futuro. Pode-se usar um cartaz ou um painel para registrar as apresentações.

Momento 3 – Após a apresentação dos grupos, os participantes devem construir um único painel, retratando a síntese de todos os sonhos. Como fazer isso? Sugere-se construir um painel novo, que nunca será igual a uma simples colagem dos cartazes de cada grupo.

Momento 4 – Debate sobre o resultados alcançados. Algumas perguntas orientadoras que podem animar tal debate: por que é importante projetar o futuro? Como incluir todos os sonhos? Por que o sonho de viver bem se confunde muitas vezes com meros sonhos de consumo? Esse futuro projetado pode ser alcançado?

Momento 5 – Conclusão. A tarefa deste primeiro seminário estará concluída quando as pessoas puderem dizer o que acontecerá no futuro como se estivessem contando uma história. É a história do futuro.

A história que você conta é a vida que você constrói. À medida que mais e mais pessoas contarem e repetirem a mesma história ela começará a acontecer (Elizabeth Cogburn, em um programa de radio da WBAI de Nova Iorque, que foi ao ar no início de maio de 1995, disse assim: “A história que você conta a si mesmo é a vida que você constrói. Escolha sabiamente a sua história. À medida que você conta a história, ela começa a acontecer”).

O produto concreto desse trabalho é um texto contando a “história do futuro” da localidade. Esse texto deve caber em menos de uma página.

Depois disso, é necessário validar, na Rede do Desenvolvimento Comunitário, a Visão de Futuro que resultou do trabalho.

VALIDAÇÃO DA VISÃO DE FUTURO NA REDE

Os participantes do Seminário Visão de Futuro terão a tarefa de procurar – de preferência pessoalmente – os conectados à Rede do Desenvolvimento Comunitário, levando um formulário com os seguintes elementos:

Resumo da “história do futuro” em meia página.

1 – Você concorda com essa Visão de Futuro para a sua localidade?

____ SIM

____ NÃO

2 – O que você gostaria de acrescentar (em termos do você gostaria que a sua localidade tivesse ou fosse daqui a dez anos, ou seja, em 2017)?

O resultado dessas consultas devem ser tabulados e sistematizados. A Equipe de Articulação fará então uma reunião para consolidar a visão validada pela rede.

NOVA VISÃO DO PASSADO

Com a Visão de Futuro validada, a Equipe de Articulação ampliada – com as mesmas pessoas que fizeram o Seminário Visão de Futuro – vai se reunir novamente para (re)rever o passado daquela localidade. Vai então tentar buscar, no passado, as sementes que, uma vez germinadas, poderão florescer como elementos constantes do futuro desejado.

Existe uma maneira bem prática de fazer isso, construindo uma linha do tempo, contendo o futuro e o passado e situando o hoje no passado. Trata-se de descobrir os drives, os fatores impulsionadores que poderiam ter sido dinamizados para produzir o futuro-antes da hora (como não foram, trata-se então de dinamizá-los a partir de agora). Isso pode ser, por exemplo, recuperar uma tradição que está fenecendo (um artesanato de raiz, por exemplo, que ficou restrito à memória de uma pessoa). Ou pode ser recuperar os conhecimentos relativos a um empreendimento que já funcionou na localidade e que hoje não está mais em atividade. Em suma, o trabalho é escolher no passado tudo o que pode ajudar a alcançar o futuro almejado, construindo então uma nova linha do tempo. A linha do tempo completa deverá ser apresentada à Rede de Desenvolvimento Comunitário.


QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

24 – A Visão de Futuro não deveria vir depois do Diagnóstico?
a) Sim, isso seria o mais lógico, pois conhecendo os seus carecimentos e potencialidades, uma localidade poderia projetar melhor o seu futuro.
b) É comum nos processos de indução do desenvolvimento local o trabalho começar logo pelo diagnóstico das potencialidades, em geral pelas potencialidades econômicas da localidade enfocada. No entanto, a experiência mostrou que esse não é um bom caminho, porque a identificação dos ativos ou o levantamento das potencialidades existentes, bem como das necessidades e dos problemas e obstáculos ao desenvolvimento, depende da posição, da perspectiva e do conceito de si do observador, sobretudo quando esse observador é coletivo.
c) Não, uma coletividade que não vislumbrou um futuro novo tenderá a ver, no seu diagnóstico da realidade, aquilo que é indicado pelas opções tradicionais; por exemplo, em um pequeno município do interior tenderá a ver, apenas ou principalmente, as potencialidades latentes ligadas à agricultura ou à pecuária, ignorando outros “tesouros” escondidos em virtude da falta de uma visão de futuro que “puxe” o presente ou impeça que esse presente repita o passado.
d) Não, uma comunidade que não vislumbrou um novo futuro desejado, tenderá a ver como necessidades, que parecem sempre exigir o aporte de recursos exógenos, carecimentos que poderiam ser satisfeitos pela dinamização de ativos humanos e sociais que já possui, mas que não consegue identificar por falta de consciência de suas próprias potencialidades (o conceito de si), sendo assim levada a repetir as formas tradicionais pelas quais tais carecimentos costumavam ser satisfeitos “de cima” ou “de fora”.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

25 – Qual o principal objetivo da Visão de Futuro?
a) Construir um caminho para o futuro, que é o caminho do seu desenvolvimento.
b) Começar a formar uma comunidade de projeto, e nenhuma comunidade se forma sem compartilhar um futuro comum.
c) Chegar a um (novo) presente (isto é, a um presente que não seja repetição de passado) e, para tanto, é necessário, antes, passar pelo futuro. Se quisermos alterar alguma coisa no presente, temos que fazer uma viagem de ida e volta ao futuro.
d) Formar uma comunidade de projeto, mas nenhuma comunidade se forma sem recontar (ou reinterpretar) o seu passado. A leitura que uma coletividade qualquer faz do seu passado é determinante para indicar se essa coletividade atingiu ou não o status de comunidade de projeto. Em outras palavras, o passado deve ser (re)visto de uma determinada forma para produzir o futuro almejado (um futuro alternativo à repetição do passado no presente). Nele devem ser plantadas as sementes da alternativa que queremos ver florescer no futuro (ou, se quisermos usar uma imagem poética, nele deve ser implantada a “lenda” que se tornará realidade).
e) Todas as alternativas anteriores.
f) Nenhuma das alternativas anteriores.

26 – Por que o Seminário Visão de Futuro deve também contemplar uma (re)Visão do Passado?
a) Quem disse que deve? Isso é uma esquisitice da metodologia adotada. O passado já passou e nada do que fizermos poderá alterá-lo (a menos que acreditemos na máquina do tempo ou nas ficções de Hollywood, do tipo das que foram usadas nos filmes “De volta para o futuro” ou “Em algum lugar do passado”).
b) Porque não basta imaginar e desejar um futuro melhor para antecipá-lo por meio de ações concretas. É necessário também modificar o passado. Isso não significa inventar uma mentira sobre o passado. Mas significa que, se a visão do passado não for mudada, o velho passado, que está na cabeça das pessoas, vai ficar lá o tempo todo influenciando o seu comportamento. Porque o velho passado – que se chama tradição – é algo muito, muito mais poderoso do que imaginamos.
c) Porque para traçar o mapa do caminho para o futuro desejado é necessário, ao contrário do que se acredita, planejar o passado e contar a história do futuro. Em geral as pessoas fazem o inverso: querem contar a história do passado e planejar o futuro. Mas, ao contar a história do passado, qual a história que se conta? Aquela história que, ao divulgar uma determinada visão do passado, repete esse passado. Isso vai influenciar, decisivamente, o planejamento do futuro. Por mais que queiramos, se o velho passado se repetir, o futuro planejado não passará de uma continuidade com essa visão do passado.
d) Porque ao planejarmos o passado à luz de um novo futuro, imaginado sem comprometimento com a visão tradicional do passado, poderemos começar a contar uma história diferente do futuro. A história que você conta é a vida que você constrói. Se você começa a contar uma história diferente, alguma coisa diferente vai acontecer. Para fazer um mapa do caminho para um futuro diferente é preciso imaginar que esse futuro já existe e que se trata, tão somente, de antecipá-lo. Isso significa criar um novo futuro.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.


Quarto Passo – Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e Necessidades

A terceira tarefa da Equipe de Articulação é realizar a Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e das Necessidades da sua localidade. A elaboração desse diagnóstico é uma tarefa prática, feita com trabalho de campo e muitas oficinas, lançando mão de metodologias participativas já consagradas. O Diagnóstico dos Ativos e das Necessidades será feito num prazo curto (não mais do que 30 dias) e em regime de trabalho concentrado. Novamente aqui, uma vez elaborado o diagnóstico pela Equipe de Articulação ampliada em cada localidade, ele será compartilhado com a Rede de Desenvolvimento Comunitário respectiva para ser validado.

Uma questão importante que deve ser levada em conta durante a realização da Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e das Necessidades, é a de que existem muitos tipos de diagnósticos. Existem diagnósticos técnicos, feitos por especialistas e existem diagnósticos participativos, feitos pelos participantes de um programa ou projeto. A presente metodologia enfatiza a natureza participativa do diagnóstico local. Mesmo assim, existem vários tipos de diagnósticos participativos, seja porque adotam metodologias diferentes, seja porque têm focos diferentes. Em geral os diagnósticos, tanto os técnicos quanto os participativos, preocupam-se apenas com potencialidades e viabilidades econômicas e com carecimentos e necessidades em diversas áreas. Assim, freqüentemente, deixam de levar em conta as potencialidades humanas e sociais presentes.

A metodologia adotada sugere organizar as informações em dois mapas: o Mapa dos Ativos (o que já temos – os recursos de toda ordem, as potencialidades que podem ser dinamizadas – para atingir o futuro desejado) e o Mapa das Necessidades (quais os problemas que devemos superar, os obstáculos que devemos contornar e os carecimentos que devemos satisfazer para percorrer o caminho em direção a tal futuro). Além disso, prevê-se aproveitar o momento de realização do diagnóstico para calcular indicadores que permitam medir e acompanhar, com mais objetividade, a efetividade do processo de desenvolvimento que está sendo induzido.

O Seminário de Visão de Futuro é um passo preparatório para a elaboração do Diagnóstico dos Ativos e das Necessidades e do Plano Participativo porque, via de regra, vemos o que queremos ver ou o que estamos predispostos a ver. Portanto, quando uma coletividade vai fazer um diagnóstico é importante que ela já tenha exercitado a sua capacidade de imaginar e desejar um futuro alternativo, para espanar aquela poeira da tradição que não lhe permitirá enxergar claramente o que está mais adiante.

Todavia, muitas vezes, o chamado diagnóstico não passa de uma soma de informações sobre a localidade levantadas junto a instituições governamentais e não-governamentais juntamente com um levantamento de potencialidades e vocações econômicas. Além destes dados, são também levantados dados secundários em bancos de dados municipais no estado, no governo federal, universidades, projetos e programas que já foram realizados, etc. Tudo isso, por certo, é muito útil. Mas não é suficiente, pois algumas informações devem ser colhidas em campo.

Na metodologia adotada a elaboração do Diagnóstico dos Ativos e das Necessidades será feita com base em um roteiro de questões objetivas – auxiliados por pesquisa complementar concomitante.

FORMULÁRIOS PARA MAPA DOS ATIVOS E DAS NECESSIDADES

(O número mínimo de questionários é igual ao número previsto para conectados à Rede na localidade escolhida).

MAPA DOS ATIVOS

1 - Existe alguma área de proteção ambiental na localidade? Qual(is)? Onde? (Colocar o(s) nome(s), as características e o(s) endereço(s) da(s) área(s)).

2 - Existem terrenos ou prédios vazios ou abandonados? (Nomes, características, propriedade e endereços).

3 - Onde é depositado o lixo da localidade? E o que é feito com ele depois?

4 - Quais as rádios comunitárias ou particulares ou governamentais/para-governamentais funcionam ou transmitem sinal na região? (Nome, endereço, nome, e-mail e endereço do responsável).

5 - Quais são os jornais, revistas ou boletins da localidade? (Nome da publicação, tipo, tiragem, nome, e-mail e endereço do responsável).

6 - Como se faz para anunciar algo importante e alcançar o maior número possível de pessoas na localidade (comunicação)?

7 - Quantas empresas existem na localidade? Qual o porte delas (grande, média, pequena e micro)?Quantas escolas públicas e/ou particulares existem na localidade? (Nome, endereço, nome, e-mail e endereço do responsável) Listar inicialmente as escolas que estão engajadas nos programas Escola Aberta e Abrindo Espaço e em outras iniciativas comunitárias.

9 - Existem faculdades e/ou universidades? Quais? (Nome, endereço, nome, e-mail e endereço do responsável).

10 - Quais agências bancárias atuam na localidade? (Nome, endereço, nome, e-mail e endereço do gerente).

11 - Existem reservas indígenas? Quais e onde?

12 - Quais são os postos de saúde ou hospitais que atendem a localidade? (Nome, endereço, nome e e-mail do responsável).

13 - Quais movimentos populares atuam na localidade (sem-terra, sem teto, ambiental, etc.)? (Nome, tipo, endereço, nome, e-mail e endereço do responsável).

14 - Quais são as ONGs que atuam na localidade (incluindo associações, clubes de mães, grupos ambientalistas etc.)? (Nome, tipo, endereço, nome, e-mail e endereço do responsável).

15 - Quem são os agentes comunitários de saúde (e outros agentes)? (Nome, endereço, telefone e e-mail).

16 - Quantos são os postos policiais, bombeiros, SAMU, que atuam na localidade? (Recolher dados secundários).

17 - Quais programas e projetos governamentais atuam na localidade (federais, estaduais, e municipais) com a participação da população? (Listar e descrever) (Nome, tipo, endereço nome, endereço e e-mail do responsável na localidade. Recolher dados secundários).

18 - Quais programas e projetos não governamentais atuam na localidade (federais, estaduais, e municipais) com a participação da população? (Listar e descrever) (Nome, tipo, endereço nome, endereço e e-mail do responsável na localidade).

19 - Quantas livrarias e bibliotecas existem na localidade? (Nome, endereço, nome, endereço e e-mail do responsável).

20 - Quantos telecentros existem na localidade? E cyber cafés ou lan-houses? (Nome, tipo, endereço, nome e e-mail do responsável).

21 - Existe alguma festa típica ou comemoração na localidade? Quais? (Nome, tipo, endereço onde se realiza, nome e e-mail de um responsável).

22 - Existe alguma tradição culinária específica da localidade? (Nome, tipo de culinária, endereço de um responsável).

23 - Quem são as principais personalidades da localidade (pessoas reconhecidas dentro e fora da localidade)? (Nome, endereço, e-mail).

24 - Quem são os conselheiros (de conselhos de políticas públicas) que moram (ou atuam) na localidade? (Nome, conselho a que pertence, endereço e e-mail).

25 - E os líderes espirituais? (Nome do líder, endereço, e-mail, nome do movimento espiritual, igreja, religião, seita ou similar).

26 - E os desportistas de renome municipal, estadual ou nacional? (Nome do desportista, endereço, e-mail, tipo de esporte).

27 - E os artistas e intelectuais de renome municipal, estadual ou nacional? (Nome do artista ou intelectual, endereço, e-mail, tipo de trabalho que realiza).

28 - Como é a infra-estrutura de serviços (latu sensu) da localidade? Não valem dados secundários: recolher a opinião das pessoas entrevistadas. Classificar segundo as notas seguintes: 5 = Ótimo; 4 = Bom; 3 = Regular; 2 = Insuficiente; 1 = Totalmente insatisfatório; 0 = Ausente.

Água
Energia elétrica
Limpeza Urbana
Esgotamento sanitário
Escoamento pluvial
Lazer
Saúde
Educação
Transporte coletivo
Pavimentação
Iluminação pública
Segurança pública
Moradia
Acessibilidade
Outros serviços

29 - Quais são os principais recursos naturais da localidade? Listar apenas os principais.

30 – O que mobiliza a população da localidade (festa, comemoração, campeonato ou outro evento)? Listar os eventos, se possível registrando o nome, endereço e e-mail dos responsáveis.

31 - Quais as iniciativas de desenvolvimento local que existem na localidade? Listar apenas aquelas ações realizadas em parceria.

32 - Qual o principal ativo da localidade?

MAPA DAS NECESSIDADES

1 - Quais são as gangues que atuam na localidade? (Nome e características das gangues, crimes que cometem, bairros onde atuam etc.).

2 - Quais os principais problemas com lixo, poluição e degradação ambiental?

3 - Quais os principais problemas de falta de infra-estrutura de serviços (latu sensu) na localidade?

Água
Energia elétrica
Limpeza Urbana
Esgotamento sanitário
Escoamento pluvial
Lazer
Saúde
Educação
Transporte coletivo
Pavimentação
Iluminação pública
Segurança pública
Moradia
Acessibilidade
Outros serviços

4 - Quais os casos notórios de corrupção e impunidade de autoridades ou representantes políticos e de “representantes” sociais na localidade? A) Representantes políticos e seus prepostos; B) “Representantes” sociais.

5 - Quais os casos notórios de discriminação política e perseguição política?

6 - Quais os casos notórios de incompetência do governo na localidade? Identificar e datar os casos apontados..

7 - Como é o clima da participação política na localidade? (Competição exacerbada, clima adversarial, sectarismo, partidarização excessiva, representacionismo, assembleísmo, assistencialismo, clientelismo, centralização) Apreciação qualitativa (subjetiva do entrevistado).

8 - Como é o clima da convivência social na localidade? (Hostil, astral carregado, falta de humor, de simpatia e de gentileza, de delicadeza)? Apreciação qualitativa (subjetiva do entrevistado).

9 - Qual a taxa de rotatividade na direção das organizações representativas e nas organizações expressivas da sociedade civil da localidade? (Para fazer uma apreciação qualitativa o entrevistador deve verificar a rotatividade em dez organizações da sociedade civil da localidade, escolhidas ao acaso, em bairros diversos).

10 - Como são cuidadas pela população as construções, praças e espaços públicos na localidade? Apreciação qualitativa (subjetiva do entrevistado).

11 - Qual a principal necessidade da localidade?

12 - Quantos são os dependentes beneficiários na localidade (bolsa família, vales)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairro.

13 - Quantos são analfabetos na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairro.

14 - Quais as taxas de distorção idade-série (ou outro indicador de insucesso) repetência e evasão escolares no ensino fundamental? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

15 - Qual a relação ingresso no ensino médio/ingresso no ensino fundamental no mesmo ano? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

16 - Quantos são as crianças, os idosos, e as pessoas portadoras de necessidades especiais abandonados ou necessitando de cuidados? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

17 - Quais são os casos de pedofilia, violência e abuso contra crianças e jovens? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

18 - Quantos foram os casos de violência contra a mulher (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

19 - Quantos foram os casos de trabalho infantil (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

20 - Quantos foram os casos de violência doméstica (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

21 - Quantos foram os casos de crime (e violência em geral) nesta localidade (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

22 - Quantos foram os casos de gravidez precoce entre os jovens (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

23 - Quantos passam fome ou estão em condição de desnutrição na localidade (no último ano)? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

24 - Quantos são os dependentes químicos e de álcool na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

25 - Quais são as principais doenças endêmicas e epidêmicas registradas? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

26 - Quantos são os casos de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e AIDS na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

27 - Quantos são os doentes mentais? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

28 - Quais os casos de discriminação por etnia, língua, nacionalidade, religião, ou opção sexual? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

29 - Quantos são os que se encontram em situação de desemprego, subemprego ou falta de ocupação? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

30 - Quem são os sem-teto na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

31 - Quem são os sem-terra na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

32 - Quantas são as vilas (favelas) na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

33 - Quantas são as construções precárias ou em terreno de risco na localidade? Recolher dados secundários, se possível, abrindo por bairros.

Continua: acesse a segunda parte do artigo clicando no link abaixo:

http://augustodefranco.locaweb.com.br/publicacoes_comments.php?id=104_0_4_0_C


Comentários

Houve um redirecionento interno de links no site. Favor clicar no link abaixo para ler a continuação desta matéria: http://augustodefranco.locaweb.com.br/publicacoes_comments.php?id=104_0_4_0_C
Enviado por: Augusto de Franco (26/05/2008 08:42)

Clique no link abaixo para ver uma apresentação da metodologia:

http://www.slideshare.net/augustodefranco/metodologia-dlis-17set08-presentation

Enviado por: Augusto de Franco (20/09/2008 18:52)

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QUEM É AUGUSTO DE FRANCO

Augusto de Franco é escritor, palestrante e consultor. É o criador e um dos netweavers da Escola-de-Redes - uma rede de pessoas dedicadas à investigação sobre redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving. É autor de várias dezenas de livros e textos sobre desenvolvimento local, capital social, democracia e redes sociais.
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Sumário Bio-Bibliográfico
Versão resumida (com links ativos) de 21/03/2012
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1950
Augusto Cesar Antunes de Franco nasce no Rio de Janeiro, filho do alpinista e artesão Francisco Natal de Franco e de Carmen Antunes de Franco.
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1955
No início de outubro, entra irregularmente, como aluno-ouvinte, na primeira série do ensino fundamental da Escola Estadual Rodrigues Alves, que ficava à época ao lado do Palácio do Catete (a falta de idade foi compensada porque aos 5 anos, em virtude do homeschooling, já sabia ler e escrever). Possivelmente violando as regras, a diretora da escola resolve passá-lo à série seguinte.
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1960
É fragorosamente reprovado no exame de admissão ao Colégio Militar do Rio de Janeiro (obtendo nada mais do que 0,7 na prova de matemática).
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1961
Entra no Colégio Pedro II, onde, dois anos depois, é aluno de Fernando Lemos, com quem, afinal, aprende a ler e a escrever.
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1964
Devora o livro O Universo e o Dr. Einstein e apaixona-se pela Teoria da Relatividade, adotando essa obra de divulgação de Lincoln Barnet (1948) como uma espécie de missal.
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1968
Ingressa no meio do ano no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, logo após a cassação, pela ditadura militar, do diretor Leite Lopes. Se junta, de pronto, a um grupo de alunos outsidersinteressados em cibernética e, logo depois, a outro grupo de professores e estudantes interessados em Fundamentos da Física.
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1970
Começa a fazer parte daquela que seria a última geração de discípulos de Plinio Sussekind Rocha em Filosofia da Ciência. Plínio (também cassado em 1968 pelo AI5) era kantiano e um kantiano do tipo de Bertrand Russell (não o dos "Problemas da Filosofia", de 1912, mas o Russell da maturidade, de "O Conhecimento Humano"). Plínio, Alexandre Sérgio da Rocha, o novo diretor do Instituto de Física (um heterodoxo físico teórico, admirador da filosofia Sankhya), outro professor de física, Sérgio Murillo Abrahão (que trabalhava com Tempo na Mecânica Quântica), Augusto e mais dois colegas – Marco Antônio Sperb Leite e Fernando Buarque de Nazareth – formam uma espécie de grupo de filosofia, que se reúne semanalmente na casa do primeiro (um apartamento ínfimo cheio de livros até o teto, na Cruz Vermelha) e na sala do segundo, no Fundão, de onde “comandam” a resistência intelectual aos professores que estavam voltando dos USA para implantar pós-graduações em Estado Sólido e Física de Partículas.
ø
1972
Plínio falece. Mantém nesta época (desde 1968) uma vida tripla: estudioso de filosofia da ciência, militante estudantil e iniciante em outros estudos de filosofias mais heterodoxas. As duas últimas atividades lhe renderão um “exílio” do Rio de Janeiro. Vai morar no Sul de Minas, juntamente com Fernando Buarque. Sem recursos suficientes, os dois chegam a passar fome e frio na Serra da Mantiqueira.
ø
1974
Volta ao Rio de Janeiro e à UFRJ no ocaso do governo Médici. Leciona no Instituto Bennett de Ensino e em vários colégios da cidade.
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1975
Escreve um livro, jamais publicado, sobre Kepler (cujos originais foram perdidos). Elabora uma análise original da Lei da Inércia de Descartes e uma nova formulação lógico-matemática para a segunda Lei de Newton.
ø
1977
Na falta de qualquer perspectiva política no Rio de Janeiro, muda-se para Goiânia. No final do ano vai morar em uma distante periferia da capital (chamada Parque Amazônia), na época uma favela. Permanece morando nessa favela pelos 7 anos seguintes.
Em Emaus (chácara dos dominicanos na zona rural do município de Abadiânia em Goiás) conhece Frei Mateus Rocha, de quem fica amigo. Frequenta um longo curso de cristologia da libertação com esse heterodoxo frade dominicano. Frei Mateus (José Rocha) havia sido assistente de JEC (Juventude Estudantil Católica) e responsável pela iniciação política de uma geração de jovens de Belo Horizonte, dentre os quais Herbert de Souza (o Betinho).
ø
1979
Retoma o trabalho político, funda o CRD – Centro de Reflexão e Documentação, uma associação civil sem fins lucrativos que produz textos de educação política, grava e reproduz cantos dos lavradores de Goiás.
No final do ano funda, juntamente com Alberto Gomes de Oliveira (o Bacurau) e várias lideranças camponesas, o MT – Movimento dos Trabalhadores.
Viaja por todas as regiões de Goiás, convivendo com o povo da terra durante os 8 anos seguintes.
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1981
Escreve um livro didático sobre o desenvolvimento da mecânica teórica que nunca foi publicado (e cujos originais foram perdidos).

1982
Começa a fazer parte da primeira direção nacional do Partido dos Trabalhadores (na qual permanecerá até meados de 1993).
ø
1985
Publica seu primeiro livro, Autonomia e Partido Revolucionário, uma crítica à teoria leninista da organização.
ø
1986
Escreve a primeira versão da novela Man Tum (que só será publicada em 2001, sob o pseudônimo de Marc Telien).
ø
1988
Encerradas as atividades do CRD, muda-se para São Paulo para dirigir a Fundação Nativo da Natividade (organização que fundou no mesmo ano, quando ainda estava em Goiânia).
ø
1990
Publica A nova geração: crise e reflorescimento, um livro sobre o papel desempenhado pelos mitos na estruturação dos padrões coletivos de apreensão do mundo e de ação sobre o mundo.
Passa a fazer parte da Executiva Nacional do PT e integra a sua Comissão Política.

1991
Coordena o Primeiro Congresso do Partido dos Trabalhadores.
ø
1992
Muda-se para Brasília. Mergulha um ano inteiro em investigações sobre o confronto entre as vertentes mítico-sacerdotais e utópico-proféticas na formação das matrizes do pensamento ocidental. A volumosa obra resultante dessa investigação (intitulada “Mashiach”) chegou a ser escrita, mas jamais foi publicada e tanto os originais manuscritos quanto os datilografados foram perdidos.
ø
1993
Funda o Instituto de Política no Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília (UnB), juntamente com Roberto Aguiar (que depois seria reitor da mesma universidade). De 1993 a 2000, à frente do Instituto de Política, coordena cerca de uma dezena de grandes encontros nacionais e regionais para o debate de temas estratégicos relacionados ao desenvolvimento do país envolvendo, no total, mais de 3 mil pessoas. Foram sete anos de discussões preparatórias que redundaram em uma Agenda de Desenvolvimento Humano e Social Sustentável para o Brasil do Século XXI e ensejaram a constituição do Fórum Brasil Século XXI.
Abandona o Partido dos Trabalhadores (e decide jamais entrar em qualquer partido).
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1994
Coordena a plenária final da I Conferência Nacional de Segurança Alimentar e torna-se Secretario Executivo Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida (mais conhecida como Campanha do Betinho).
Apaixona-se pelo desenvolvimento local.
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1995
A convite de Ruth Cardoso entra no Conselho da Comunidade Solidária, juntamente com outros líderes da Ação da Cidadania: Betinho, Dom Luciano Mendes de Almeida e Ney Bittencourt de Araújo.
Publica Ação Local: A Nova Política da Contemporaneidade.
ø
1996
Funda a Rede Alpa – Ação Local em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, onde passa a experimentar metodologias de indução do desenvolvimento local nos três anos seguintes (trabalho que dará origem à chamada Metodologia do DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, que será aplicada em larga escala em todas as regiões do Brasil).
Entre 1996 e 2002, como membro do Comitê Executivo do Conselho da Comunidade Solidária, coordena 14 Rodadas de Interlocução Política – realizadas na Granja do Torto, em Brasília – com o objetivo de contribuir para a construção de entendimentos estratégicos em torno de uma agenda de prioridades, medidas, instrumentos e procedimentos de ação social do Estado e da sociedade para o enfrentamento da pobreza e exclusão social e para a promoção do desenvolvimento humano e social sustentável, por meio da construção progressiva de consensos. As 14 Rodadas de Interlocução Política – contando com a participação de dirigentes governamentais, de representantes de movimentos sociais e de organizações da sociedade civil, de empresários, intelectuais e jornalistas, envolvendo cerca de 500 pessoas – geraram novas leis, novos programas e novas medidas de desenvolvimento social. Como principais resultados desse trabalho destacam-se: a aprovação da Lei nº 9.608/98, que define o trabalho voluntário e estabelece a inexistência de vínculo empregatício e suas obrigações trabalhistas e previdenciárias; a Lei nº 9.790/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, institui e disciplina o Termo de Parceria; a Lei nº 10.194/01, que cria as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – SCM, nova figura jurídica para a participação da iniciativa privada no setor microfinanceiro; e a criação do Programa Comunidade Ativa, em 1999, com o objetivo de induzir processos de DLIS em municípios de pequeno porte.
ø
1997
Publica O novo partido: a crise da forma-partido tradicional e o surgimento de novos sujeitos políticos na sociedade brasileira.
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1998
Publica O Complexo Darth Vader (mas em seguida interrompe a distribuição e tenta recolher os exemplares distribuídos). O livro seria reeditado em parte, em versão digital, em 2010.
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1999
Depois de 20 meses de articulação é aprovada pelo Congresso Nacional a chamada Lei das Oscips (Lei 9790/99), projeto que coordenou a partir de 1996.
Publica Por que precisamos de DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (livro que vai atingir a marca de mais de 50 mil exemplares vendidos em quatro edições sucessivas).
Publica o artigo A reforma do Estado e o terceiro setor na coletânea organizada por Bresser Pereira, Lourdes Sola e Jorge Wilheim, intitulada Sociedade e Estado em transformação.
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2000
Com o apoio do Sebrae Nacional, trabalha na fundação da AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento uma iniciativa pública do SEBRAE, em parceria com o PNUD, com a UNESCO, com o antigo programa Comunidade Ativa (substituído pela Associação Projeto DLIS no final de 2002) e com a ARCA – Sociedade do Conhecimento, uma Oscip constituída para operar o Programa.
Publica Além da Renda: a pobreza brasileira como insuficiência de desenvolvimento (livro que vai atingir três edições sucessivas).
Publica, em coautoria com Ruth Cardoso e Miguel Darcy, o livro Um novo referencial para a ação social do Estado e da sociedade.
Publica Uma nova utopia para uma nova via na Agenda de Desenvolvimento Humano e Sustentável para o Brasil do Século 21 (Instituto de Política / PNUD).
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2001
Integra o Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae como representante do Ministério do Planejamento.
Publica Capital Social: Leituras de Tocqueville, Jacobs, Putnam, Fukuyama, Maturana, Castells e Levy.
Escreve o roteiro e produz um filme longa-metragem chamado Emprecorde.
No final do ano começa a enviar uma correspondência quinzenal intitulada “Cartas DLIS”, para milhares de agentes de desenvolvimento e outras pessoas interessadas no assunto, do Brasil e de alguns países de língua portuguesa. A publicação, que adotará posteriormente o nome de “Carta Capital Social” e, depois, de “Carta Rede Social”, sendo enviada para cerca de 10 mil pessoas, será mantida até a edição 202 (em novembro de 2009).
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2002
Participa, juntamente com Ruth Cardoso e outros da fundação da Comunitas.
Publica, em coautoria com Ruth Cardoso, Miguel Darcy e Tereza Lobo, o livro Fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento (organizado pela jornalista Carla Rodrigues).
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2003
Publica A Revolução do Local: Globalização, Glocalização, Localização e Terceiro setor: a nova sociedade civil e seu papel estratégico para o desenvolvimento.
Publica o artigo Globalização e crise do estatismo no Brasil na coletânea organizada por Fernando Calderón Es sostenible la globalización en America Latina: debates com Manuel Castells (Santiago: Fondo de Cultura Económica) – resultado de seminário de que participou, em 2002, na Bolívia, juntamente com um grupo de intelectuais latino-americanos, com Castells.
Constrói a Cidade do Conhecimento, uma área de 90 mil metros quadrados no Km 6,5 da Rodovia DF 250 para sediar as atividades da AED.
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2004
Publica O lugar mais desenvolvido do mundo: investindo no capital social para promover o desenvolvimento comunitário, uma espécie de guia para agentes de desenvolvimento local, que atinge em três edições a tiragem de 15 mil exemplares.
A AED encerra suas atividades em outubro. Começa a trabalhar como palestrante e consultor de grandes empresas nas áreas de responsabilidade corporativa e sustentabilidade empresarial e a dar aulas (como professor convidado) na FDC – Fundação Dom Cabral, em MBAs e em outros programas (sobretudo de sustentabilidade).
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2005
Começa a escrever com regularidade na página 3 do jornal Folha de São Paulo (atividade que mantém – cada vez com menor frequência – até 2010).
Publica o artigo Desenvolvimento e capital social na coletânea organizada por Xico Graziano, Diala Vida e Ana Maria Pacheco, intitulada Renovar ideias: desenvolvimento, qualidade de vida e democracia no Brasil moderno.
Publica o artigo A nova sociedade civil e seu papel estratégico para o desenvolvimento na coletânea organizada por Evelyn Levy e Pedro Drago, intitulada, Gestão pública no Brasil contemporâneo. 
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2006
Muda-se no início do ano para Porto Alegre, para acompanhar a nascente experiência da Governança Solidária Local, programa que elaborou como consultor da UNESCO.
Começa a prestar consultoria regular para a presidência da FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, onde organiza a Rede de Participação Política e, posteriormente, as Redes de Desenvolvimento Local (atividades que se manterão até o final de 2011).
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2007
Publica Alfabetização Democrática: o que podemos pensar (e ler) para mudar nossa condição de analfabetos democraticos.
Publica o artigo Blogs e democracia na coletânea organizada por Rosa Cano e Francisco Polo, intitulada El Gran Guia de los Blogs (Barcelona: El Cobre, 2007).
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2008
Projeta, co-organiza e preside o comitê científico da CMDC – Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, evento que reunirá cerca de 7 mil pessoas em fevereiro, na PUCRS.
Organiza a publicação, juntamente com Jandira Feijó, do livro Olhares sobre a experiência da Governança Solidária Local de Porto Alegre e, com Thamy Pogrebinschi, do livro Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey 1927-1939 (ambos em co-edição CMDC/PUCRS).
Produz a tradução e a edição em português e escreve a apresentação do livro de David de Ugarte, O poder das redes.
Muda-se para Curitiba em junho, com o objetivo de fundar a Escola-de-Redes. Publica, com o selo da Escola-de-Redes, Novas visões sobre a sociedade, o desenvolvimento, a internet, a política e o mundo glocalizado e Tudo que é sustentável tem o padrão de rede: sustentabilidade empresarial e responsabilidade corporativa no século 21. Publica a partir deste ano, pela Escola-de-Redes, algumas dezenas de livros e artigos.
Começa a prestar consultoria para a empresa Vivo e assessoria permanente para o Instituto Vivo, onde participa da fundação da Rede Vivo Educação e co-organiza, nos anos seguintes, os seminários A Sociedade em Rede e a Educação (2009-2010).
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2009
A partir do início do ano dedica-se intensamente à Escola-de-Redes, fundada em meados do ano anterior nos arredores de Curitiba e impulsionada pela criação da plataforma em dezembro de 2008.
Muda-se em maio para Campos do Jordão e, a partir de setembro, para São Paulo (ficando com duas residências).
Fala em novembro no TEDxSP
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2010
Projeta e preside o comitê científico da CICI2010 – Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e co-organiza, na Escola-de-Redes, a CIRS1 – Conferência Internacional sobre Redes Sociais (ambas realizadas em março, em Curitiba).
Publica, com o selo da Escola-de-Redes, a versão digital da coletânea, 2009: Dez escritos sobre redes sociais.
Republica, com o selo da Escola de Redes, em versão digital resumida e extensamente modificada, o livro Alfabetização Democrática com o novo título de Democracia: um programa autodidático de aprendizagem.
Publica, em interação com Nilton Lessa, a quarta versão do artigo Buscadores & Polinizadores: o auto-didatismo e a livre aprendizagem humana em uma sociedade inteligente & o alter-didatismo e as comunidades de aprendizagem na emergente sociedade em rede.
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2011
Publica a versão digital e preliminar de Fluzz: vida e humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio.
Projeta e preside o comitê científico da CICI2011 – Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e co-organiza, na Escola-de-Redes, a CIRS2 – Conferência Internacional sobre Redes Sociais (ambas realizadas em maio, em Curitiba).
Organiza uma coletânea de 16 textos publicados pela Escola-de-Redes, a partir de 2008, chamada Quatro Tetralogias: das redes sociais – Redes sociais: você pode fazer (2009), O poder nas redes sociais (2009), Redes são ambientes de interação, não de participação (2010) e É o social, estúpido (2011); do novo modo de fazer política – Lado (2007), Você é o inimigo (2009), A lógica da abundância (2009) e Como se tornar um netweaver (2011); da desobediência – Cada um no seu quadrado (2009), A desastrosa idéia de sucesso (2009), Desobedeça (2010) e Resista à tentação de pertencer a um grupo (2011); do desenvolvimento local – Desenvolvimento, capital social, redes sociais e sustentabilidade (2005),Desenvolvimento, capital social e democracia (2008), A independência das cidades (2009) e Reinventando o desenvolvimento local (2011).
Desenha, juntamente com Cacau Guarnieri, o social game O Melhor Lugar do Mundo.
Fala no TEDxCuritiba.
Funda a empresa-em-rede Netweaving HCW (uma experiência inicial que não perdurará).
Participa da elaboração, no Centro Ruth Cardoso, do Festival de Idéias Inovadoras sobre Desenvolvimento Social.
Passa a fazer parte do grupo de pioneiros da iniciativa Crowdbusiness.
Publica em formato digital o livro Vida e morte das empresas na sociedade em rede (que ultrapassará 5 mil views em menos de duas semanas). E, em seguida, o artigo Facebook: Darth Zuckerberg e seu cavalo de troia.
Deixa a casa em Campos do Jordão em outubro, ficando apenas com residência em São Paulo.
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2012
Publica, em interação com Nilton Lessa, o artigo Multiversidade: da Universidade dos anos 1000 à Multiversidade nos anos 2000.
Organiza DOJO Nave: um projeto que tem objetivo (1) realizar programas de aprendizagem sobre redes sociais, (2) instalar campos de co-creation sobre tecnologias de netweaving e (3) ensaiar processos de multiversidade.
Reedita e publica em 9 volumes a Série FLUZZ.
Republica (em versão revista e ampliada) Democracia: um programa autodidático de aprendizagem

2013
Assumo a partir daqui a escritura em primeira pessoa.
Em janeiro de 2013 eu e alguns amigos e amigas inauguramos o LABE=R (Laboratório da Escola-de-Redes) https://www.facebook.com/Labescoladeredes

Aliás, em 2013 a plataforma da Escola-de-Redes completou 5 anos com (até agora) 9.630 pessoas conectadas http://escoladeredes.net/

2013 foi o ano da edição em papel do meu livro Hierarquia: Explorações na Matrix Realmente Existente http://pt.slideshare.net/augustodefranco/hierarquia-a-matrix-realmente-existente

E foi o ano do lançamento da edição digital da tradução para o inglês Hierarchy: Explorations about The Matrix that really existshttp://pt.slideshare.net/augustodefranco/hierarchy-explorations-of-augusto-de-franco-about-the-matrix-that-really-exists

Foi também o ano da filmagem e lançamento do filme de Mario Salimon Hierarquia: Conversas depois do fim de um mundo http://www.youtube.com/watch?v=9kvtU5kArOI

Foi o ano da nova edição digital do meu livro Fluzz Série Completahttp://pt.slideshare.net/augustodefranco/fluzz-srie-completa

E foi o ano em que comecei a escrever (em maio) A Terceira Invenção da Democracia, cuja primeira versão completa ficou pronta em 18 de dezembro e está aqui http://pt.slideshare.net/augustodefranco/a-terceira-inveno-da-democracia-29335826

Foi o ano em que retomei para valer (já nos últimos dias dezembro) a investigação sobre OpenScience http://escoladeredes.net/group/openscience

Em junho fizemos na Cinemateca Brasileira o quarto grande encontro do Festival de Ideias (que começou em 2011). Sobre isso, aliás, publiquei as FAQ Para configurar ambientes de cocriação interativa http://www.slideshare.net/augustodefranco/para-configurar-ambientes-de-cocriao-interativa

Foi o ano dos grandes swarmings de 17 e 18 de junho no Brasil. Sobre isso publiquei um opúsculo: Os 7 dias que abalaram o Brasil http://www.slideshare.net/augustodefranco/os-7-dias-que-abalaram-o-brasil

Também a partir de 1 de junho comecei a indexar meus posts mais importantes (para mim) no Facebook http://net-hcw.ning.com/page/facebook-links

Foi o ano em que eu e alguns amigos avançamos no desenvolvimento de Netweaving Technologies e na aplicação de processos de rede em várias empresas (grandes e pequenas) http://pt.slideshare.net/augustodefranco/netweaving-technologies-srie-rede-e-inovao-em-empresas

Sobre isso também publiquei o pequeno texto Empreendimentos em rede: tendências e desafios http://pt.slideshare.net/augustodefranco/empreendimentos-em-rede-28319160

Também, por mais que pareça inusitado, publiquei uma coletânea de Escritos Espirituais (todos de 2013) http://pt.slideshare.net/augustodefranco/escritos-espirituais-de-augusto-de-franco

E em agosto, no LABE=R, iniciamos o NEXT - Programa de Investigação-Aprendizagem sobre a Transição de Hierarquia para Rede (que estava previsto para terminar em novembro, mas continua em 2014) #FLUXONEXT

Aliás, no LABE=R fizemos em 2013 vários programas de aprendizagem, dentre os quais Introdução às Redes Sociais, Como se tornar um netweaver e duas edições do Rede e Inovação em Empresas 
© 2015   Criado por Augusto de Franco.

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# Outros links:

http://net-hcw.ning.com/

Abrindo o Códico da Ciência
http://divulgencia.blogspot.com.br/2015/06/open-science-augusto-de-franco.html

augustodefranco.com.br/
http://oglobo.globo.com/blogs/razaosocial/posts/2011/11/16/sescrio-reune-liderancas-comunitarias-para-debater-416880.asp



Redes Comunitárias (Livre Pensar Social )
Luiz Fernando Sarmento

https://www.youtube.com/watch?v=VyHpeoRgzWQPAPO_UPAC
Universidade Popular de Arte e Ciência

https://www.youtube.com/watch?v=uT5JPCaA-Io

Um artista da ciência o outro cientista da arte, um imunologista, outro teatrólogo, Nelson Vaz e Amir Haddad unidos pela arte e pela ciência dessa caminhada de bons encontros, que nos iluminam, que nos revelam dimensões invisíveis, mais profundas, surpreendentes, da natureza e do conhecimento. Junte-se as contribuições do cineasta e agitador Luiz Fernando Sarmento e do discípulo desses dois mestres na medicina e no teatro, na arte e na ciência que vos escreve. É científico: o conhecimento faz cócegas.
Vida longa Amir Haddad e Nelson Vaz!

Programa gravado no Jardim Botânico -
Coleção de Plantas Medicinais -
Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 2010.

com
AMIR HADDAD
NELSON VAZ
VITOR PORDEUS
LUIZ FERNANDO SARMENTO


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