sexta-feira, 10 de junho de 2022
[O Olhar] -vs- ]O Desejo[
To atrás desse livro... Tem uns papos que prometem ali dentro! A construção do Olhar - Fayga Ostrower Metamorfoses do Olhar - Gerd Bornheim De Olhos Vendados - Adauto Novaes A fenomenologia do Olhar - Alfredo Bosi O que é Fenomenologia - Lyotard E de Bônus, tem o depoimento da Fayga Ostrower sobre o olhar. Parece que é um trecho que não entrou no filme "Janelas da Alma": Fayga Ostrower - A Intuição, a criação e a beleza https://www.youtube.com/watch?v=3X-1_mB7UTY - - - Não vês que o olho abraça a beleza do mundo inteiro? (...) É janela do corpo humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a prisão do corpo que, sem esse poder, seria um tormento (...). Ó admirável necessidade! Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria capaz de absorver as imagens do universo? - Leonardo da Vinci O PODER DO OLHAR Por Maira Leandra Alves http://sites.ifi.unicamp.br/.../2012/12/O-Poder-do-Olhar.pdf Por muitos séculos o homem utilizou a câmara escura como instrumento para imortalizar imagens do mundo visível que se formavam no interior da câmara e eram capturadas através de desenho pelo artista. Com o desenvolvimento de um processo fotossensível, a imagem podia ser gravada diretamente dentro do aparelho, por intermédio da luz, com uma precisão ímpar, dando origem à fotografia. Desde então, o homem passou a mostrar o mundo através da fotografia. Ao olharmos algumas fotografias buscamos formas conhecidas nas imagens. E esse olhar sempre se fixa em lugares onde somos mais afins, onde nossa compreensão é mais rápida e mais acessível, sendo que cada indivíduo conhece e reconhece o que lhe é mais aprazível, sejam detalhes sutis ou estruturas arrojadas. Então, temos um poder mágico no olhar: vemos formas ocultas nas estruturas visíveis, recebemos passivamente, com agrado ou desagrado, figuras de formas e cores variadas. E é através das palavras que qualificamos as diversas expressões do olhar, nelas encontramos o olhar de contemplação, o da consideração, o do respeito, o da admiração, entre outros. Todas são expressões que qualificam os olhares diferenciando uns dos outros, tornando o mundo um lugar de contemplação. Valorizar esses olhares faz com que prestemos mais atenção ao nosso redor e passou a ser a cerne deste trabalho. Precisamos perceber que o olhar não necessita ser restrito a nossa objetividade. Ele precisa explorar o mundo, mostrar intenções e as possibilidades de cada momento. Os olhos são capazes de nos colocar a par de quase tudo que acontece a nossa volta, mas nem tudo que olhamos nós vemos de fato. Às vezes passamos os olhos por alguma coisa e não reparamos na sua riqueza de detalhes. Então até onde nossos olhos podem ir? Esse título tenciona direcionar o olhar, mostrar todo o processo de posicionamento da câmara e vislumbre do fotógrafo em relação aos detalhes das estruturas fotografadas. Salientar o poder que temos de interpretar algo de acordo com o nosso vislumbre. O poder do olhar referencia a capacidade que temos em perceber pequenas coisas. Podemos ver, mas, por vezes, perdemos a aptidão de perceber o que estamos olhando, porque somos inundados de informações visuais que, em sua maioria, não nos interessam. E com isso, passam desapercebidas qualidades que motivariam o conhecimento. Tenho o interesse de motivar esse poder do olhar, estimulando “o olhar que aproxima os vãos entre as coisas e os sentidos: olhar cego tocando a luz da escuridão”. 1 O Olhar Os especialistas em percepção afirmam unanimemente que o homem atual “é um ser predominantemente visual”, isto é, a maior parte das nossas sensações é recebida pelos nossos olhos. Isso porque somos envolvidos por informações com um grande apelo visual, com muitas cores e atividades, nos inserindo em um mundo saturado de movimento. Mesmo assim, muitas vezes olhamos e não vemos, pois, como foi citado anteriormente, são muitas informações visuais para prestarmos atenção a todas. Então o que é o “olhar”? Segundo Bosi, “o ato de olhar significa um dirigir a mente para um “ato de “in-tencionalidade””. É ter sua atenção voltada para o objeto de interesse2 . Sabe-se, também, que o ser humano dispõe de outros sentidos, além da visão, que recebem informações interpretadas pelo sistema nervoso. Sendo assim, o olhar faz parte de uma corporeidade que dá sentido a tudo que percebemos. Podemos afirmar que existem diversas formas de olhar, cada uma com sua especificidade, e é no uso das palavras que encontramos algumas maneiras para representá- las: “Contemplar é o olhar religiosamente”. Respeitar é o olhar para o passado com reserva e humildade3 . Reparar é aquele que vê o que os outros não vêem, o olhar com mais atenção. Desatender é o olhar que não dá a devida atenção ou importância às coisas, é o olhar desatento. Olhar não é apenas direcionar os olhos para ver o que existe ao nosso redor. Significa, também, ater-se às emoções. O olhar não se restringe aos limites da visão objetiva. Ele explora o ilimitado campo do proposital, revela segredos, intenções e paixões. Como o olhar usado na captura das fotografias deste trabalho, podemos ultrapassar os limites do tangível e revelar momentos possíveis, mas impensáveis, numa combinação de emoção, sensação e ciência. Mas existe também um olhar mais “frio e imóvel”, o olhar cartesiano. Segundo Bosi, este olhar é o olho central e imóvel da perspectiva geométrica destacado por Descartes nos 1 DERDYK, Edith. Linha do Horizonte: Por uma Poética do Ato Criador. São Paulo: Escuta, 2001, p. 49 2 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 65. 3 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 79 renascentistas. Olhar que abstrai destacando as formas e descartando as cores, enfatizando a geometria dos contornos, deixando as sensações em um plano secundário. Todavia, a ciência da exatidão é também fascinante, e talvez não tenha um olhar tão frio e imóvel como citado, pois o “mundo esteve sempre repleto de matemática” 4 , apenas não a víamos, precisávamos de um olhar além da sensação para percebê-la. Precisamos estimular o olhar de quem repara e transformar o olhar desatento em curioso, induzindo os olhares a perderem-se dentro dessas formas e a buscarem o que não mais existe, transformando a imagem em algo irresistível. Fazendo com que o observador perceba nestas imagens coisas que ainda não tinham visto, ou seja, explicitando o implícito, pois como cita Merleau-Ponty, “o campo visual é este meio singular no qual as noções contraditórias se entrecruzam...” 5 . O olho é uma porta aberta entre o mundo e o receptor da imagem, que tanto recebe estímulos quanto os procura. Conhecendo ou reconhecendo cada um deles, recorta, mede, caracteriza, define as imagens, em suma, pensa. Ele recebe com prazer ou desprazer todas as informações que passam na sua frente, dando ao homem o deslumbre do conhecimento. O olho nos faz imergir em um universo de possibilidades dando a nossa mente a vontade de criar novos conceitos e ideias sobre todas as informações que perpassam por ele6 . 4 KARLSON, Paul. A Magia dos Números. Porto Alegre, RS: Editora Globo S. A., 1961, p.3 5 MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.27. 6 BOSI, Alfredo. Fenomenologia do Olhar, in “O Olhar”. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 66. REFERÊNCIAS BOSI, Alfredo. Fenomenologia do olhar. In: NOVAES, Adauto (Org.). O Olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. DERDYK, Edith. Linha do horizonte: por uma poética do ato criador. São Paulo: Escuta 2001. KARLSON, Paul. A Magia dos números. Porto Alegre: Globo, 1961. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999, --- Fayga escreveu o texto intitulado A Fonte do Desejo em Goya (18 páginas, 24 ilustrações): "Parto da noção do "desejo" como uma força elementar que existe em cada um de nós, entendendo-o num sentido global, como um anseio inicialmente sem objetivos determinados. É um desejo de ser e de realizar-se - assim como uma semente "quer" nascer, brotar e desenvolver-se em suas formas características. Transformando-se, pelo mero fato de sua presença, em necessidade interior, o desejo mobiliza as aspirações das pessoas e os eventuais caminhos da realização e suas potencialidade. (...) Quero frisar o caráter global do desejo, constituindo a força e fonte de nossas aspirações. No início de vida das pessoas, essa força está, por assim dizer "em aberto", indefinida. Evidentemente Goya não poderia de antemão desejar ser "Goya", pois ele nem sabia o que significava tornar-se um Goya. Tampouco quanto às alegrias e tristezas que o aguardavam, ele poderia prever as circunstâncias concretas de seu viver, e nem de que modo ele haveria de entender e de reagir aos vários desafios que encontraria pela vida afora". --- https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10225202715158005?comment_id=10225208954553986
https://faygaostrower.org.br/livros-e-videos/artigos-e-ensaios/a-fonte-do-desejo-em-goya?fbclid=IwAR3pPywPgbOYN5OWAEeSf-Sck787CruFqUHqyYj1ZRlFn9Io9Otkr7l6zTw
Contrapor: > Corpo-Desejo & > Paisagens/Narrativa Estética (Pintura) --- "A Paixão de JL" (2015) dirigido por Carlos Nader. https://youtube.com/playlist?list=PLuRNUhbYBtGymZ4gF6e2QCFBvkUnR_niw ___ [1/5 21:53] Zé Caetano: Cenas do Win Wenders - cartografia das emoções / dos desejos (desertos/anjos) : não somos anjos temos um corpo : (corpos-paisagens) - narrativa simples mas por isso msm forte por ser direta e ter um que de uma"verdade" transparente, uma narração quase cristalina das emoções dele (talvez por ser narrado como um diário, passe a sensação de tempo-real) [1/5 21:57] Zé Caetano: http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html [1/5 22:10] Zé Caetano: Um filme sobre Nick / Relâmpago sobre Água - W.Wenders https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://m.youtube.com/watch%3Fv%3D6IyfVl-MPXA&ved=2ahUKEwirwJ7056nwAhVgK7kGHavTBGYQxa8BegQIBBAE&usg=AOvVaw0jxXbgVtnY7WPrINMgzFkL [1/5 22:13] Zé Caetano: Transição de poeira dançando nos faixos de luz para os peixes no mar é genial (55min) (retoma no final com pássaros dançando no ar com áudio-narração de luta contra a doença) [1/5 22:32] Zé Caetano: 1:15:00 barulho de fundo da fita cassete aumentando, sensação de ritmo acelerado/pulsação de algo iminente chegando [1/5 23:01] Zé Caetano: Doc "Leonilson, sob o peso dos meus amores" (2012) https://youtu.be/8TKHN2LcChA : 19min Ele usava a arte como "cuidado de si" - a geração dos anos 80 era geração que tinha orgulho de ser ignorante (não-conceitual) - geração anos 60/70 pautada em prol de causas/agendas politicas - exposição do Zé Leonilson com copos (minorias) : caráter politico da obra === Carlos Nader - Encontros de Cinema (2013) https://youtu.be/16K2S4KYor4 >>> Papel da Linguagem na construção do sujeito - Refletir sobre o fazer artístico é importante, mas não em excesso, se n paralisa. "Arquivos fornecem fatos a uma ficção voluntária" - Lisette Lagano (30min) https://youtu.be/yMjWfBrFXaI Seminário: "Projeto Leonilson e a Internacionalização da Obra" (Aos 44min faz um "mea culpa" por propagar uma visão "romântica" do artista)
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Dedé Tarkinho O Nader começa a falar por volta de uns 9min. https://youtu.be/aJ83Y0Jigkw ENCONTRO COM CARLOS NADER - 15ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO – PETROBRAS Caetano Dable Uma entrevista, uma tarde, uma locação, um único personagem. Partindo das “prisões que libertam” no documentário Coutiniano, é a vez de inverter o jogo e ver o maior entrevistador do cinema brasileiro em frente às câmeras. “Eduardo Coutinho, 7 de outubro” é um documentário que coloca o cineasta diante de sua própria equipe para um entrevista conduzida por Carlos Nader.
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