Há muito no brasileiro que não é europeu, nem indígena, nem contato direto com a África Negra através dos escravos.Que explicam o muito de mouro que persistiu na vida intíma do brasileiro através dos tempos coloniais". - Ariano Suassuna
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Raízes árabes na formação musical brasileira
cena da festa "Mouros e Cristãos em Caravelas - Bahia
(por Leo Rugero)
Há quem acredite, como a musicóloga Hermelinda Azevedo Paes, que "as influências ibérica e africana foram, incontestavelmente, as mais importantes no processo de formação da nossa música".
Discussões à parte, muitos estudiosos da formação musical brasileira, atribuem que resquícios da cultura árabe estariam sempre presentes no cerne da cultura portuguesa, devido a longa ocupação dos árabes em território português e espanhol.
Entre os estudiosos, aquele que foi mais longe nessa perspectiva foi Luis Soler. Autor de "As raízes árabes na tradição poético-musical do sertão nordestino", livro no qual o autor reinvindica ao árabe o posto hierárquico dentro das genealogias e ascendências que habitariam o solo nordestino dos primeiros tempos, e do qual também fariam parte os jesuítas, trovadores...e dos bárbaros colonizadores pouco se fala.
Há um trecho de seu livro em que Soler traça um paralelo entre tradições mouras e sertanejas: "o lenço cobrindo a boca e o pescoço das mulheres(N.A. Nunca vi uma mulher nordestina trajando uma burka...), a instituição da cabra na vida caseira, o amor ao cavalo - um verdadeiro culto entre os sertanejos - muitos tipos de comida:as coalhadas e os requeijões sertanejos, o cuzcuz - o alcuzcuz dos árabes -, etc."
Mais adiante, o autor enumera o canto mais falado do que cantado dos cantadores nordestinos como uma reminiscência do "lingui-lingui" árabe, o lenga-lenga nordestino.
O celebrado Ariano Suassuna é outro autor que vai chamar a atenção da influência árabe, elemento que irá nortear parte da estética Armorial. Nas palavras de Suassuna, "(...) há muito no brasileiro que não é europeu, nem indígena, nem contato direto com a África Negra através dos escravos.Que explicam o muito de mouro que persistiu na vida intíma do brasileiro através dos tempos coloniais".
Para quem quiser se aprofundar neste assunto:
As estruturas modais na música folclórica brasileira - Ermelinda A.Paz
As raízes árabes na música folclórica do Brasil -Luis Soler
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A Invasão dos Monges
- Stênio Mendes com Caito Marcondes
https://www.youtube.com/watch?v=nl6mE-2xob4
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https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10210091129977820
https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10216368424986272
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MPBC - Stenio Mendes
1980 Polygram (6349.445)
1 Taquará* (Stenio Mendes)
2 Espada de anjo (Stenio Mendes)
3 Sonata perdida (Stenio Mendes)
4 Invasão dos monges (Stenio Mendes)
5 Linhas tortas (Stenio Mendes)
6 A barca dos homens (Stenio Mendes)
7 Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
8 2001 - uma odisséia no espaço (Richard Strauss)
9 Hava nagilah (A.Z.Idelshn)
10 Rosário (Stenio Mendes)
Stenio Mendes - arranjos
Stenio Mendes - craviola, violão com arco e vozes
Ubiraci de Oliveira (Bira) - percussão
José Eduardo Nazário - percussão
Participação especial de Ruth Mendes Nogueira (soprano) na faixa 5.
Stenio Mendes Nogueira, craviolista, compositor e arte-educador
*"adaptação da idealizaçãp de Arend Schoolrl no Xingu"
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https://www.facebook.com/caetanodable/posts/10216368424986272
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